sexta-feira, dezembro 31, 2004
Solidariedade
O meu dia foi, como disse, de paz. No Sul e Sudeste Asiático, os tempos são tudo menos pacíficos. Recebi um mail com a indicação de várias instituições que recolhem fundos para ajudar as vítimas do maremoto. Divulgá-la aqui é o mínimo que posso fazer.
O Montepio Geral, em solidariedade para com as vítimas do sismo e maremotos que atingiram domingo o sudeste asiático, abriu uma conta destinada à recolha de donativos, anunciou a instituição bancária. Os donativos deverão ser feitos através de depósito ou transferência para a conta do Montepio Geral, com o NIB 0036 0088 99100039366 18.
A organização não-governamental Médicos do Mundo Portugal, que enviou quarta-feira uma equipa médica para o Sri Lanka a bordo de um avião com ajuda humanitária fretado pelo Governo, também pediu o apoio dos portugueses, que poderão fazer o seu donativo através do Banco BPI, com o NIB 0010 00009 4449990001 70, ou da Caixa Geral de Depósitos (CGD), com o NIB 0035 05510 0007722130 32.
Para apoiar a missão da Assistência Médica Internacional (AMI) na Ásia, os donativos deverão ser feitos através da conta da CGD 0001 030 003 830, com o NIB: 0035 0001 0003 0003 8306 2.
A UNICEF SOS Crianças da Ásia também tem uma conta aberta na CGD com o número 0127 028 241230 e o NIB 0035 0127 0002 8241 2305, assim como a CARITAS que tem a conta 0697 630 917 930, com o NIB 0035 0697 0063 0917 9308 2.
A Cruz Vermelha Portuguesa também pediu a ajuda dos portugueses que poderão fazer os seus donativos através de depósito ou transferência para a conta do Banco BPI com o NIB 0010 0000 137 222 70009 70 ou para a conta número 1-137222000009.
Também a TMN lança um repto aos seus assinantes. Enviem um SMS com a palavra "AJUDA" para o número 12700. Custa 1 euro e reverte na íntegra a favor da AMI, Cruz Vermelha e Médicos do Mundo. SMS "AJUDA" para 12700.
A Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) anunciou hoje a abertura de uma conta para ajudar as vítimas dos maremotos no sudeste Asiático. O dinheiro pode ser transferido para a conta do Montepio Geral com o NIB 0036 0093 99100067797 10.
quinta-feira, dezembro 30, 2004
Dia de paz
Acho que posso descrever assim o dia de hoje. Um dia de paz, doce, rodeada de carinho e simpatia, a ver a minha filha a brincar feliz e em harmonia com uma série de meninos.
Que boa maneira de terminar o ano esta está a ser!
Que boa maneira de terminar o ano esta está a ser!
Confirmações
Ontem confirmei uma série de coisas.
De algumas não interessa aqui falar - basta dizer que é muito bom quando se confirma a melhor ideia que se faz de certas pessoas que, aos poucos, passam a integrar o nosso grupo de verdadeiras amizades. Nesse sentido, o dia de ontem foi muito especial.
Confirmei outra coisa: a Miosótis precisa mesmo de um cão. Pequeno, meiguinho, calmo. Tenho de tratar do assunto para os anos dela. Aceitam-se sugestões - sabendo que, à partida, quero adoptar um cãozito (ou cadelita) abandonado por essa gente sem escrúpulos que é capaz de deixar ao deus-dará um animal, e que seja capaz de ser feliz num apartamento.
De algumas não interessa aqui falar - basta dizer que é muito bom quando se confirma a melhor ideia que se faz de certas pessoas que, aos poucos, passam a integrar o nosso grupo de verdadeiras amizades. Nesse sentido, o dia de ontem foi muito especial.
Confirmei outra coisa: a Miosótis precisa mesmo de um cão. Pequeno, meiguinho, calmo. Tenho de tratar do assunto para os anos dela. Aceitam-se sugestões - sabendo que, à partida, quero adoptar um cãozito (ou cadelita) abandonado por essa gente sem escrúpulos que é capaz de deixar ao deus-dará um animal, e que seja capaz de ser feliz num apartamento.
quarta-feira, dezembro 29, 2004
Folga
Hoje foi dia de folga (saborosa a valer, passada em excelente companhia). E ainda vai continuar a ser.
Pela primeira vez, há baby-sitter para tomar conta da minha garota enquanto eu não estou. Acho estranho. Espero que corra bem.
Pela primeira vez, há baby-sitter para tomar conta da minha garota enquanto eu não estou. Acho estranho. Espero que corra bem.
terça-feira, dezembro 28, 2004
Por aqui, cheguei aqui. E soube que O Ministério da Segurança Social ordenou o adiamento para Janeiro do pagamento dos subsídios de desemprego e de doença que deveria ser feito nos últimos dias de Dezembro, argumentado dificuldades de tesouraria. (...) O ministério solicitou também que fosse atrasado o pagamento aos beneficiários que deveriam ter recebido as prestações por doença e desemprego a 16 e 20 de Dezembro, respectivamente.
E tudo porquê? Para equilibrar as contas, por causa da má gestão dos dinheiros públicos. Afinal, trata-se de 165 milhões de euros. De acordo com o "Diário Económico", o "Estado, ao transferir algumas despesas para o próximo ano, alivia a execução orçamental de 2004", o mesmo é dizer que alivia o défice público.
Estou indignada. Não saberão aqueles que ainda nos (des)governam que para quem recebe misérias todos os tostões contam, e um ou dois dias de atraso pode significar problemas graves? Porque não cortaram os srs. governantes nos seus subsídios de Natal, por exemplo? É que "no subsector da Segurança Social, a contabilização das despesas se faz numa óptica de caixa".Ou seja, pode-se jogar com o atraso de uns dias e a passagem dos pagamentos para 2005. Jogando com a vida das pessoas que já têm o azar de depender de subsídios de desemprego ou de doença. Os mais fracos, claro.
Se eu não pagar à Segurança Social no prazo devido a prestação mensal da minha empregada doméstica, pago juros. Se a Segurança Social não pagar no prazo devido aquilo que deve, que acontece? Paga com juros de mora, também?
O meu comentário, quando tomei conhecimento disto, foi só um: filhos da puta. Raramente uso expressões destas (e muito menos aqui, onde a minha filha me pode ler). Mas há gente que só pode ser classificada desta forma.
O meu comentário, quando tomei conhecimento disto, foi só um: filhos da puta. Raramente uso expressões destas (e muito menos aqui, onde a minha filha me pode ler). Mas há gente que só pode ser classificada desta forma.
Adenda - Parece que a notícia foi desmentida pelo Governo (leia-se aqui). Esperemos que de facto não seja verdade. Para eu ter menos vergonha de ter uma classe política como a nossa.
segunda-feira, dezembro 27, 2004
Presépios de que gosto muito (2)
Alguém adivinha que presépio é este? Se sim, diga-mo por mail. Sempre quero saber da perspicácia de uns certos leitores que eu cá sei :-).
Falta de tempo
Este blog anda-se a queixar da falta de tempo da dona para lhe dedicar. Tem toda a razão: valores mais altos se têm levantado, sejam eles as comemorações natalícias, sejam uma certa tese que quero ter tão pronta quanto possível quando derem as 12 badaladas anunciadoras de 2005. Por isso, e como não vos quero maçar com as maravilhas da revisão cuidadosa de cada palavra, cada nota, cada remissão bibliográfica ao longo de páginas e páginas, vou andando mais caladita. Não comento discursos de PM demissionários (nem os ouço, por uma questão de higiene), não penso no que espera o país a 20 de Fevereiro, e quanto às desgraças terríveis sucedidas do outro lado do mundo e que nos mostram como valemos tão pouco face a uma natureza em fúria, prefiro calar-me e endereçar uma prece silenciosa por alma de quantos morreram, por quantos ficaram feridos, por quantos não sabem de familiares e amigos.
Não estranhem, pois, o meu silêncio (relativo). É por boas causas.
Não estranhem, pois, o meu silêncio (relativo). É por boas causas.
domingo, dezembro 26, 2004
Balanço de uma forte constipação
No estendal da roupa, estão pendurados mais de 15 lenços de assoar (fora os de papel que foram usados).
Na sala, alguém dança de novo e canta*. É o melhor sinal de que a Miosótis já está boa.
* Se alguém me convidar para ir ver o "Cats", nem que seja na Broadway, leva com a primeira coisa que estiver a jeito no toutiço.
Na sala, alguém dança de novo e canta*. É o melhor sinal de que a Miosótis já está boa.
* Se alguém me convidar para ir ver o "Cats", nem que seja na Broadway, leva com a primeira coisa que estiver a jeito no toutiço.
Presépios de que gosto muito
Fra Filippo Lippi, A Adoração
(Porque, de facto, gosto muito de presépios)
sábado, dezembro 25, 2004
A estrelinha Dorminhoca
- A Dorminhoca não acorda!- exclamou uma estrela - Ela vai estragar a nossa festa se não acordar!!
- Mãos à obra!- gritou alguém.
E todos começaram a ver se arranjavam uma maneira de acordar a Dorminhoca.
(E depois faltou a inspiração, e a seguir veio a tosse, e a história ficou por acabar. Mas gosto tanto deste começo de história, inspirada numa estrelinha de madeira muito engraçada que lhe trouxe de Roma, que a copio já para aqui. Talvez assim a Autora recupere a inspiração. Juro que só corrigi duas ou três coisitas na pontuação).
Companhias
The Gentle Side of John Coltrane. Velas acesas, que deixam sombras tremeluzentes na parede da sala. Uma lareira acesa, aconchegante. Chá quente. Trabalho (sim, trabalho). Enquanto espero, num dia de Natal atípico (que seja mesmo atípico!), que regresse quem enche esta casa. A família do pai tem também direitos, mas este custa tanto a ceder... Vale-me saber que ela está quase boa, e feliz com os primos, alguns dos quais nem sequer conhecia.
Não. Os casamentos não se deviam desfazer. Pelo menos quando há filhos. Ontem à noite, dava na 2: aquela irritante série da bruxinha Sabrina; ela não casava, no último momento, por ver (graças à magia) que o seu cristal mágico não encaixava na perfeição com o do noivo; à saída da igreja, aguardava-a aquele cujo cristal se ajustava perfeitamente ao seu. Devia haver uma coisa destas na realidade. Ou um certificado de garantia, sei lá. Assim se poupariam muitos desgostos e desilusões, muitos corações partidos ou apertadinhos, muitos projectos de vida estragados, muitas lágrimas em carinhas que não mereciam chorar. E no Natal não haveria que estar longe do pai ou da mãe, antes estariam todos juntos, unidos, amando-se.
Não. Os casamentos não se deviam desfazer. Pelo menos quando há filhos. Ontem à noite, dava na 2: aquela irritante série da bruxinha Sabrina; ela não casava, no último momento, por ver (graças à magia) que o seu cristal mágico não encaixava na perfeição com o do noivo; à saída da igreja, aguardava-a aquele cujo cristal se ajustava perfeitamente ao seu. Devia haver uma coisa destas na realidade. Ou um certificado de garantia, sei lá. Assim se poupariam muitos desgostos e desilusões, muitos corações partidos ou apertadinhos, muitos projectos de vida estragados, muitas lágrimas em carinhas que não mereciam chorar. E no Natal não haveria que estar longe do pai ou da mãe, antes estariam todos juntos, unidos, amando-se.
Natal (o outro lado)
Natal é tempo de fantasmas. De fantasmas vivos, de fantasmas mortos. Tempo de saudade imensa por quem já partiu. De saudade de quem já não é o que era. De saudade de tempos felizes. De saudade de acreditar.
quinta-feira, dezembro 23, 2004
Ser mãe também é
sentir que todos os ataques de tosse dos filhos nos sacodem o peito - e querer que fôssemos nós a tossir, em lugar deles...
Feliz Natal!
Nesta onda de coelhinhos, o cartão de Boas Festas deste blog tinha de a reflectir. Desenhado, como é óbvio, pela minha Miosótis, com ele ficam aqui expressos, a todos quantos por aqui passam, os nossos sinceros votos de um Natal Feliz. Daqueles que nos deixam de coração quentinho e a sorrir.
Coelhos à solta
Querem ver um post espantoso? O que de mais fantástico já vi na blogosfera? Sigam o coelho branco, perdão, o link, e visitem a Exposição dos Coelhos Suicidas do Ruínas Circulares. Não se vão arrepender, e ainda terão a oportunidade de dar uma data de gargalhadas.
quarta-feira, dezembro 22, 2004
Outros Natais
Quando eu tinha a idade da Miosótis, os preparativos para o Natal começavam apenas depois do dia dos meus anos e da passagem lá por casa de um bando de pequenos terroristas - como eu compreendo bem, agora, a cautela dos meus pais, que não queriam ver estragado o velho e enorme presépio que, todos os anos, vinha enfeitar um canto da sala. Num recanto estreito, com a ajuda primeiro de bancos, caixotes e montes de revistas, depois de umas muito funcionais placas de esferovite cortadas à medida, o meu pai instalava a estrutura do presépio. Essa estrutura era depois toda coberta com plástico e por cima dele era colocado um tapete de musgo, que iamos comprar ao mercado. Cheirava tão bem! Trazia por vezes uns pedaços de líquenes agarrados, que eu guardava para pôr bem juntinho ao Menino Jesus, por os achar especialmente bonitos. As figuras do presépio ficavam, de ano para ano, numa enorme caixa, no sótão, e só o meu pai tinha força e braços suficientemente grandes para a trazer cá para baixo (hoje a caixa parece pequena, até...). A minha irmã e eu desembrulhávamos as figuras, colocávamo-las no presépio. Eu gostava especialmente de dispor o imenso rebanho de ovelhas que tinhamos - todos os anos acrescentado com mais umas que o meu pai comprava, e, acima de tudo, arranjar o interior da cabana onde ficavam as imagens da Sagrada Família. Com todo o cuidado, arranjava lugar para Maria, José, a vaca, o burro, a manjedoura de palhinhas com o Menino deitado, e ao lado dele os cordeirinhos mais pequeninos, que me encantavam, e que eu queria que fizessem companhia a Jesus.
Durante todo o tempo que demorava a construção do presépio, eu cantava canções de Natal. O meu pai tinha um belíssimo disco com as mais conhecidas, cantadas por um coro inglês, e eu sabia a letra de todas, interpretando muitas vezes à minha maneira as palavras de uma língua que estava a começar a aprender. A essas juntava todas as outras, portuguesas, que conhecia, e ainda mais umas quantas cá da minha lavra.
Lembrar-me do Natal da minha infância é recordar o cheiro do musgo, a minha eterna cantoria, o fazer do presépio, as árvores de Natal que durante muitos anos foram pinheiros verdadeiros que por vezes caíam, apesar de todos os cuidados em fixá-los bem dentro de um vaso, e cujas agulhas picavam enquanto lhes prendíamos as bolas, com muito cuidado, porque se partiam.
O presépio faz-se agora cá em casa muito mais cedo, logo nos feriados de Dezembro. Deixo à minha filha o gosto de o fazer, com as figuras antigas que havia a mais no presépio dos meus pais, e de enfeitar a árvore. Revejo-me no seu cuidado responsável e no carinho que coloca ao dispor sobre a tampa aberta da escrivaninha todas as personagens, especialmente as ovelhinhas e o Menino. Tenho pena que ela não possa ver o "meu" presépio. Mas tem o dela, e cria as suas próprias tradições. Que um dia contará aos seus filhos, e como eu, um dia, rever-se-á nos gestos deles, que repetirão os que hoje ela executa. E, se Deus quiser, eu estarei lá para ver e participar, e contar como se fazia quando eu era pequenina, num perpetuar de gestos, ritos e histórias que me encanta e faz sentir parte de algo maior do que eu.
Durante todo o tempo que demorava a construção do presépio, eu cantava canções de Natal. O meu pai tinha um belíssimo disco com as mais conhecidas, cantadas por um coro inglês, e eu sabia a letra de todas, interpretando muitas vezes à minha maneira as palavras de uma língua que estava a começar a aprender. A essas juntava todas as outras, portuguesas, que conhecia, e ainda mais umas quantas cá da minha lavra.
Lembrar-me do Natal da minha infância é recordar o cheiro do musgo, a minha eterna cantoria, o fazer do presépio, as árvores de Natal que durante muitos anos foram pinheiros verdadeiros que por vezes caíam, apesar de todos os cuidados em fixá-los bem dentro de um vaso, e cujas agulhas picavam enquanto lhes prendíamos as bolas, com muito cuidado, porque se partiam.
O presépio faz-se agora cá em casa muito mais cedo, logo nos feriados de Dezembro. Deixo à minha filha o gosto de o fazer, com as figuras antigas que havia a mais no presépio dos meus pais, e de enfeitar a árvore. Revejo-me no seu cuidado responsável e no carinho que coloca ao dispor sobre a tampa aberta da escrivaninha todas as personagens, especialmente as ovelhinhas e o Menino. Tenho pena que ela não possa ver o "meu" presépio. Mas tem o dela, e cria as suas próprias tradições. Que um dia contará aos seus filhos, e como eu, um dia, rever-se-á nos gestos deles, que repetirão os que hoje ela executa. E, se Deus quiser, eu estarei lá para ver e participar, e contar como se fazia quando eu era pequenina, num perpetuar de gestos, ritos e histórias que me encanta e faz sentir parte de algo maior do que eu.
Ao final do dia
Devia estar já a dormir, que o cansaço é muito - mas apetece-me saborear o sossego e rever momentos bons deste dia de anos, que foi dos melhores dos últimos anos. Em paz, sem pegar naquela "coisa", com tempo para sair com a minha menina e gozar todo o miminho que ela queria dar à mamã neste dia especial, numa cumplicidade que sabe muito bem. À noite, a visita de amigos. Ou melhor: de Amigos. Dos que dão abraços apertados e sentidos, dos que riem e choram connosco, dos que são família.
Agora, ao som de Chet Baker (Autumn in New York), relaxo, respondo a mails, penso na vida. Recordo o meu aniversário de há dois anos, tentativa vã de atar laços que não tinham ponta por onde pegar. O do ano passado, que outros Amigos quiseram comemorar em casa deles, longe das recordações inevitáveis. E agora este, que marca, de alguma forma, a minha reconciliação com o passado, ou o começo do restabelecimento de um novo equilíbrio. Estou um ano mais velha, mas sobretudo mais feliz, mais forte, mais rica por dentro - mais Eu mesma, em certa medida como nunca na vida estive.
É um balanço positivo, pois, o que faço ao olhar para trás. Que bom.
E obrigada a quantos, por aqui, por mail ou até pelo telefone, me deram os parabéns. Contribuiram, creiam, para que o dia fosse tão azul. Um grande abraço a todos.
Agora, ao som de Chet Baker (Autumn in New York), relaxo, respondo a mails, penso na vida. Recordo o meu aniversário de há dois anos, tentativa vã de atar laços que não tinham ponta por onde pegar. O do ano passado, que outros Amigos quiseram comemorar em casa deles, longe das recordações inevitáveis. E agora este, que marca, de alguma forma, a minha reconciliação com o passado, ou o começo do restabelecimento de um novo equilíbrio. Estou um ano mais velha, mas sobretudo mais feliz, mais forte, mais rica por dentro - mais Eu mesma, em certa medida como nunca na vida estive.
É um balanço positivo, pois, o que faço ao olhar para trás. Que bom.
E obrigada a quantos, por aqui, por mail ou até pelo telefone, me deram os parabéns. Contribuiram, creiam, para que o dia fosse tão azul. Um grande abraço a todos.
terça-feira, dezembro 21, 2004
Quando eu nasci
Quando eu nasci,
ficou tudo como estava.
Nem homens cortaram veias,
nem o Sol escureceu,
nem houve Estrelas a mais...
Somente,
esquecida das dores,
a minha Mãe sorriu e agradeceu.
Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.
As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém...
P'ra que o dia fosse enorme,
bastava
toda a ternura que olhava
nos olhos de minha Mãe...
Sebastião da Gama
Este post só devia ser escrito às 8h00, mas a essa hora, ao contrário do que se passou há mais anos do que eu acho piada, espero estar bem ferradinha no sono.
segunda-feira, dezembro 20, 2004
Uma t-shirt azul
Este blog teve uma prenda vinda directamente de um dos blogs mais criativos da nossa praça, por onde eu gosto muito de passar. Há por lá boa música, desenhos, textos belamente escritos, uma alucinante produção de coelhos "kamikaze", uma óptima atmosfera onde reina a simpatia e agora, muito recentemente, uma linha de design de exclusivas e espectaculares t-shirts da blogosfera. O "Um pouco mais de azul" foi brindado com esta, de que gostámos imenso, tanto eu como a Miosótis - já que a t-shirt foi imaginada a pensar na minha filha, considerada pelo João Pedro como a verdadeira estrela deste blog (o que a deixou vaidosíssima, ficando a mãe com o sorriso pateta que as mães costumam ter ao olhar embevecidas para os filhos).
Já agradeci a prenda, mas nunca é demais dizer: muitíssimo obrigada!
Já agradeci a prenda, mas nunca é demais dizer: muitíssimo obrigada!
domingo, dezembro 19, 2004
Apetecia-me
escrever um post. Mas estou demasiado embrenhada no trabalho. E a fazer panquecas. E a gozar uma paz caseira e boa. Fica o post para depois.
sábado, dezembro 18, 2004
Gosto muito
... deste quadro da Isabel Magalhães. Sobretudo da intensidade das cores, do brilho. Já olhei para ele uma data de vezes ali, agora "roubei-o" para aqui, para melhor o poder ver.
sexta-feira, dezembro 17, 2004
Anotações à margem
Tenho precisado de pegar nos cadernos onde, ao longo destes anos de investigação, tomei muitas das minhas notas. Tais cadernos não valem apenas pelo que contêm de informações úteis para a minha tese. Têm um valor muito especial: as anotações à margem que a minha filha ia fazendo. Ao pegar-lhes, ontem, recordei como ela decorou pedaços de páginas em branco com desenhos, ou classificou o que eu escrevia como se fossem exercícios da escola primária: "muito bom", "para a próxima quero frases completas", "devia ter usado a folha até ao fim", "incompleto".
Quando a tese terminar, vai haver um grosso volume em cima da mesa. Por detrás dele, muitas histórias, registadas somente na memória de quem nelas participou. Entre elas, estas anotações, para mim repletas da mais doce ternura, de que nunca me desfarei.
Enquanto eu escrevo, ela canta e dança na sala, de novo ao som do "Cats", de bigodes e nariz pintados com o meu lápis preto dos olhos. Está melhor, obviamente. Nem preciso de lhe pôr o termómetro ou de perguntar se lhe dói a garganta para saber.
Quando a tese terminar, vai haver um grosso volume em cima da mesa. Por detrás dele, muitas histórias, registadas somente na memória de quem nelas participou. Entre elas, estas anotações, para mim repletas da mais doce ternura, de que nunca me desfarei.
Enquanto eu escrevo, ela canta e dança na sala, de novo ao som do "Cats", de bigodes e nariz pintados com o meu lápis preto dos olhos. Está melhor, obviamente. Nem preciso de lhe pôr o termómetro ou de perguntar se lhe dói a garganta para saber.
Uma festa de Natal
Recebi por mail. Acho que vale a pena colocar aqui, e ter a paciência de ler até ao fim. Com os votos de que as vossas festas de Natal sejam um bocadinho menos complicadas ;-).
Patrícia Gomes - Directora de Recursos Humanos
COMUNICADO PARA TODOS OS FUNCIONÁRIOS.
Data: 2 de Dezembro
Assunto: Festa de Natal
Tenho o prazer de informar que a festa de Natal da empresa será no dia 23 de Dezembro, com início ao meio-dia, no salão de festas privativo da Churrascaria Grill House. O bar estará aberto com várias opções de bebidas. Teremos uma pequena banda tocando canções tradicionais de Natal...sinta-se à vontade para se juntar ao grupo e cantar! Não se surpreenda se o nosso Vice-presidente aparecer vestido de Pai Natal! A árvore de Natal terá as luzes acesas às 13:00. A troca de presentes de "amigo secreto" pode ser feita em qualquer altura, entretanto, nenhum presente deverá exceder EUR10,00, a fim de facilitar as escolhas e adequar os gastos a todos os bolsos. Este encontro é exclusivo para funcionários e família. Na ocasião, o nosso Vice-presidente fará um discurso bastante especial.
Feliz Natal para todos.
Patrícia
Patrícia Gomes - Directora de Recursos Humanos
COMUNICADO PARA TODOS OS FUNCIONARIOS.
Data: 3 de Dezembro
Assunto: Festa de Natal
De maneira alguma o memorando de 2 de Dezembro sobre a Festa de Natal pretendeu excluir os nossos funcionários judeus! Reconhecemos que o Chanukah é um feriado importante e que costuma coincidir com o Natal, mas isso não acontecerá este ano. Portanto, passaremos a chamá-la "Festa do Fim do Ano" pois teremos em conta também todos os outros funcionários que não são cristãos e aqueles que celebram o Dia da Reconciliação. Não haverá árvore de Natal. Nada de canções de Natal nem coral. Teremos outros tipos de música que agrade a todos.
Felizes agora?
Boas festas para vocês e suas famílias,
Patrícia
Patrícia Gomes - Directora de Recursos Humanos
COMUNICADO PARA TODOS OS FUNCIONÁRIOS.
Data: 4 de Dezembro
Assunto: Festa do Fim do Ano
Em relação ao bilhete (anónimo) que recebi de um membro dos Alcoólicos Anónimos solicitando uma mesa para pessoas que não bebem álcool... Terei todo o prazer em atender o pedido, mas, se eu puser uma placa na mesa a dizer "Exclusivo para os AA", vocês deixarão de ser anónimos, não será?... Como faço então?
Quanto à troca de presentes, esqueçam. Não será organizada uma vez que os membros do sindicato acham que 10 euros é muito dinheiro e os executivos acham que 10 euros é muito pouco para um presente. Portanto não será organizada NENHUMA TROCA DE PRESENTES. De acordo?
Patrícia
Patrícia Gomes - Directora de Recursos Humanos
COMUNICADO PARA TODOS OS FUNCIONARIOS.
Data: 5 de Dezembro
Assunto: Festa do Fim do Ano
Mas que grupo heterogéneo o nosso!!! Eu não sabia que no dia 20 de Dezembro começa o mês sagrado do Ramadão para os muçulmanos, que proíbe comer e beber durante as horas do dia. Lá se vai a festa!
Agora a sério, entendemos que um almoço nesta época do ano seja um problema para a crença de nossos funcionários muçulmanos.....
Talvez a Churrascaria Grill House possa assegurar o serviço de buffet até à noite ou então, embalar tudo para vocês levarem para casa nas marmitas. Que acham?
E agora mais novidades: consegui que os membros dos "Vigilantes do Peso" se sentem o mais longe possível do buffet das sobremesas; as mulheres grávidas poderão sentar-se o mais perto possível das casas de banho; os homossexuais podem sentar-se juntos; as mulheres homossexuais não terão que se sentar junto dos homens homossexuais, que terão uma mesa própria, e sim, haverá um arranjo de flores no centro da mesa dos homens homossexuais; teremos assentos mais altos para pessoas baixas; e estará disponível comida com baixas calorias para os que estão de dieta.
Nós não podemos controlar a quantidade de sal utilizada na comida, portanto sugerimos que as pessoas com tensão alta provem a comida antes de comerem.
E, claro, haverá mesas para fumadores e outras para não fumadores.
Esqueci alguma coisa?
Patrícia
Patrícia Gomes - Directora de Recursos Humanos
COMUNICADO PARA TODOS OS FILHOS DA PUTA QUE TRABALHAM NESTA EMPRESA.
Data: 6 de Dezembro
Assunto: Festa do Fim do Ano da PORRA
Vegetarianos!?!?!??! Sim, vocês também tinham que dar a vossa opinião de merda ou reclamar de alguma coisa!...
Nós manteremos o local da festa na Churrascaria Grill House; quem não gostar que se foda! Não vá, desampare a loja! Ou então, como alternativa, seus fedorentos, podem sentar-se afastados, na mesa mais distante possível da tal "churrasqueira da morte" - como vocês lhe chamam. E terão também a vossa mesa de saladas de merda, incluindo tomates ecológicos da casa do caralho & arroz pegajoso para comer com pauzinhos. Aqueles que, naturalmente, ainda não gostarem, podem enfiar tudo no cu. Mas como vocês devem saber, os tomates também têm sentimentos! Os tomates gritam quando vocês os cortam em fatias. Eu mesma os ouvi gritar! Eu estou a ouvi-los gritar agora mesmo!!!!!
Ah, espero que vocês todos, mas todos, os parvos dos crentes e os cretinos dos ateus, os paneleiros, as fufas, as mariquinhas das prenhas, os estupores dos fumadores e os chatos dos não fumadores, os cobardes dos bêbedos anónimos e os fedorentos dos vegetarianos, todos vocês sem excepção, tenham uma merda de fim de ano! E que guiem bêbados e morram todos, todinhos espatifados e esturricados por aí.
Entenderam?
Da Vaca, directamente para a puta que os pariu.
João Pacheco - Director de Recursos Humanos INTERINO
COMUNICADO PARA TODOS OS FUNCIONARIOS
Data: 9 de Dezembro
Assunto: Patrícia Gomes e a Festa do Fim do Ano
Tenho a certeza que falo por todos nós desejando para a Patrícia um rápido restabelecimento para a sua crise de stress e podem estar certos que me encarregarei de lhe enviar as vossas mensagens para o sanatório.
Venho comunicar que a direcção decidiu cancelar a Festa do Fim do Ano e dar folga remunerada a todos os funcionários na tarde do dia 23 de Dezembro.
Boas Festas,
João
Patrícia Gomes - Directora de Recursos Humanos
COMUNICADO PARA TODOS OS FUNCIONÁRIOS.
Data: 2 de Dezembro
Assunto: Festa de Natal
Tenho o prazer de informar que a festa de Natal da empresa será no dia 23 de Dezembro, com início ao meio-dia, no salão de festas privativo da Churrascaria Grill House. O bar estará aberto com várias opções de bebidas. Teremos uma pequena banda tocando canções tradicionais de Natal...sinta-se à vontade para se juntar ao grupo e cantar! Não se surpreenda se o nosso Vice-presidente aparecer vestido de Pai Natal! A árvore de Natal terá as luzes acesas às 13:00. A troca de presentes de "amigo secreto" pode ser feita em qualquer altura, entretanto, nenhum presente deverá exceder EUR10,00, a fim de facilitar as escolhas e adequar os gastos a todos os bolsos. Este encontro é exclusivo para funcionários e família. Na ocasião, o nosso Vice-presidente fará um discurso bastante especial.
Feliz Natal para todos.
Patrícia
Patrícia Gomes - Directora de Recursos Humanos
COMUNICADO PARA TODOS OS FUNCIONARIOS.
Data: 3 de Dezembro
Assunto: Festa de Natal
De maneira alguma o memorando de 2 de Dezembro sobre a Festa de Natal pretendeu excluir os nossos funcionários judeus! Reconhecemos que o Chanukah é um feriado importante e que costuma coincidir com o Natal, mas isso não acontecerá este ano. Portanto, passaremos a chamá-la "Festa do Fim do Ano" pois teremos em conta também todos os outros funcionários que não são cristãos e aqueles que celebram o Dia da Reconciliação. Não haverá árvore de Natal. Nada de canções de Natal nem coral. Teremos outros tipos de música que agrade a todos.
Felizes agora?
Boas festas para vocês e suas famílias,
Patrícia
Patrícia Gomes - Directora de Recursos Humanos
COMUNICADO PARA TODOS OS FUNCIONÁRIOS.
Data: 4 de Dezembro
Assunto: Festa do Fim do Ano
Em relação ao bilhete (anónimo) que recebi de um membro dos Alcoólicos Anónimos solicitando uma mesa para pessoas que não bebem álcool... Terei todo o prazer em atender o pedido, mas, se eu puser uma placa na mesa a dizer "Exclusivo para os AA", vocês deixarão de ser anónimos, não será?... Como faço então?
Quanto à troca de presentes, esqueçam. Não será organizada uma vez que os membros do sindicato acham que 10 euros é muito dinheiro e os executivos acham que 10 euros é muito pouco para um presente. Portanto não será organizada NENHUMA TROCA DE PRESENTES. De acordo?
Patrícia
Patrícia Gomes - Directora de Recursos Humanos
COMUNICADO PARA TODOS OS FUNCIONARIOS.
Data: 5 de Dezembro
Assunto: Festa do Fim do Ano
Mas que grupo heterogéneo o nosso!!! Eu não sabia que no dia 20 de Dezembro começa o mês sagrado do Ramadão para os muçulmanos, que proíbe comer e beber durante as horas do dia. Lá se vai a festa!
Agora a sério, entendemos que um almoço nesta época do ano seja um problema para a crença de nossos funcionários muçulmanos.....
Talvez a Churrascaria Grill House possa assegurar o serviço de buffet até à noite ou então, embalar tudo para vocês levarem para casa nas marmitas. Que acham?
E agora mais novidades: consegui que os membros dos "Vigilantes do Peso" se sentem o mais longe possível do buffet das sobremesas; as mulheres grávidas poderão sentar-se o mais perto possível das casas de banho; os homossexuais podem sentar-se juntos; as mulheres homossexuais não terão que se sentar junto dos homens homossexuais, que terão uma mesa própria, e sim, haverá um arranjo de flores no centro da mesa dos homens homossexuais; teremos assentos mais altos para pessoas baixas; e estará disponível comida com baixas calorias para os que estão de dieta.
Nós não podemos controlar a quantidade de sal utilizada na comida, portanto sugerimos que as pessoas com tensão alta provem a comida antes de comerem.
E, claro, haverá mesas para fumadores e outras para não fumadores.
Esqueci alguma coisa?
Patrícia
Patrícia Gomes - Directora de Recursos Humanos
COMUNICADO PARA TODOS OS FILHOS DA PUTA QUE TRABALHAM NESTA EMPRESA.
Data: 6 de Dezembro
Assunto: Festa do Fim do Ano da PORRA
Vegetarianos!?!?!??! Sim, vocês também tinham que dar a vossa opinião de merda ou reclamar de alguma coisa!...
Nós manteremos o local da festa na Churrascaria Grill House; quem não gostar que se foda! Não vá, desampare a loja! Ou então, como alternativa, seus fedorentos, podem sentar-se afastados, na mesa mais distante possível da tal "churrasqueira da morte" - como vocês lhe chamam. E terão também a vossa mesa de saladas de merda, incluindo tomates ecológicos da casa do caralho & arroz pegajoso para comer com pauzinhos. Aqueles que, naturalmente, ainda não gostarem, podem enfiar tudo no cu. Mas como vocês devem saber, os tomates também têm sentimentos! Os tomates gritam quando vocês os cortam em fatias. Eu mesma os ouvi gritar! Eu estou a ouvi-los gritar agora mesmo!!!!!
Ah, espero que vocês todos, mas todos, os parvos dos crentes e os cretinos dos ateus, os paneleiros, as fufas, as mariquinhas das prenhas, os estupores dos fumadores e os chatos dos não fumadores, os cobardes dos bêbedos anónimos e os fedorentos dos vegetarianos, todos vocês sem excepção, tenham uma merda de fim de ano! E que guiem bêbados e morram todos, todinhos espatifados e esturricados por aí.
Entenderam?
Da Vaca, directamente para a puta que os pariu.
João Pacheco - Director de Recursos Humanos INTERINO
COMUNICADO PARA TODOS OS FUNCIONARIOS
Data: 9 de Dezembro
Assunto: Patrícia Gomes e a Festa do Fim do Ano
Tenho a certeza que falo por todos nós desejando para a Patrícia um rápido restabelecimento para a sua crise de stress e podem estar certos que me encarregarei de lhe enviar as vossas mensagens para o sanatório.
Venho comunicar que a direcção decidiu cancelar a Festa do Fim do Ano e dar folga remunerada a todos os funcionários na tarde do dia 23 de Dezembro.
Boas Festas,
João
Acho...
... que depois do post abaixo tenho de escrever alguma coisa qualquer, para não suscitar mais curiosidades. Que cuscos, estes meus leitores! A gente debita aqui a desoras um pensamento que ocorre, e zás, querem logo saber tudo.
Querem saber coisas que me fazem falta? Aí vai uma lista delas:
- ver o mar;
- dançar (a sério, como dantes podia fazer);
- ir ao cinema;
- ficar preguiçosamente no sofá ao serão, vendo um bom filme ou a ler, frente à lareira;
- arrumar a casa inteira e deitar fora, dessa forma, restos de um passado;
- tempo para mais uma imensidade de coisas boas, como conversas longas, ao vivo ou ao telefone, passear, brincar, ver montras, namorar, etc, etc, etc.
Querem saber coisas que me fazem falta? Aí vai uma lista delas:
- ver o mar;
- dançar (a sério, como dantes podia fazer);
- ir ao cinema;
- ficar preguiçosamente no sofá ao serão, vendo um bom filme ou a ler, frente à lareira;
- arrumar a casa inteira e deitar fora, dessa forma, restos de um passado;
- tempo para mais uma imensidade de coisas boas, como conversas longas, ao vivo ou ao telefone, passear, brincar, ver montras, namorar, etc, etc, etc.
quinta-feira, dezembro 16, 2004
Descoberta
Hoje descobri uma coisa que me anda a fazer imensa falta. Não que o ignorasse, mas hoje percebi-o com toda a clareza. Há que tratar do assunto.
Pensando a desoras
Deve ser de alguns blogs que percorro (em lugar de trabalhar forte e feio, ai!), do aniversário que se aproxima, do olhar para trás próprio de se estar a chegar ao fim de um longo trabalho: dou comigo a pensar que gostava de ir daqui para fora, viver outra vida, fazer outras coisas.
Fico-me pelos pensamentos. Uns andares abaixo do meu, dorme alguém que me terá por perto enquanto for vivo. No quarto ao lado (o meu, porque a febre dá muito miminho e fica-se melhor só por estar na cama da mamã), dorme a minha ainda maior razão para ter os pés na terra e deixar a sensatez falar.
Não que as mudanças sejam por si más, não que eu me queira acomodar (bem pelo contrário...). Mas as decisões que eu tomar não podem prejudicar aqueles que amo. Um que infelizmente já cá não estará muito tempo, outra que espero poder acompanhar de perto durante muitos, muitos anos. E que precisa, agora, de mim. Já basta o doutoramento e o que este lhe roubou.
Enfim, vou é dormir, que o dia de amanhã é complicado e a noite pode não continuar tranquila como até agora. Para o que me havia de dar a esta hora...
Fico-me pelos pensamentos. Uns andares abaixo do meu, dorme alguém que me terá por perto enquanto for vivo. No quarto ao lado (o meu, porque a febre dá muito miminho e fica-se melhor só por estar na cama da mamã), dorme a minha ainda maior razão para ter os pés na terra e deixar a sensatez falar.
Não que as mudanças sejam por si más, não que eu me queira acomodar (bem pelo contrário...). Mas as decisões que eu tomar não podem prejudicar aqueles que amo. Um que infelizmente já cá não estará muito tempo, outra que espero poder acompanhar de perto durante muitos, muitos anos. E que precisa, agora, de mim. Já basta o doutoramento e o que este lhe roubou.
Enfim, vou é dormir, que o dia de amanhã é complicado e a noite pode não continuar tranquila como até agora. Para o que me havia de dar a esta hora...
quarta-feira, dezembro 15, 2004
Coisa nunca vista
A minha filha acordou com dores de garganta, mal disposta, com uma ponta de febre. Seguindo a velha política do "mais vale prevenir do que remediar", ficou em casa hoje, esperando que a coisa passe sem grandes remédios e que ela consiga ir à festa de Natal da escola, com que andava tão entusiasmada.
A coisa nunca vista é que, pela primeira vez em 10 anos, vejo-a caída e a preferir estar na cama, enquanto que até hoje, mesmo carregadinha de febre, não parava quieta. Desconfio que o crescimento, o começo do processo da puberdade, passa também por aqui. Mas estranho imenso!
A coisa nunca vista é que, pela primeira vez em 10 anos, vejo-a caída e a preferir estar na cama, enquanto que até hoje, mesmo carregadinha de febre, não parava quieta. Desconfio que o crescimento, o começo do processo da puberdade, passa também por aqui. Mas estranho imenso!
terça-feira, dezembro 14, 2004
Falta de civismo
Sempre que vou buscar a minha filha à escola mesmo à hora a que a campainha toca, deparo com o mesmo vergonhoso cenário (que ocorre também à entrada para as aulas; mas como ando sempre em cima da hora, assisto menos ao "espectáculo" porque a enchente já passou). Os papás não estão para andar um pouco mais para encontrar lugar para estacionar e simplesmente param em segunda fila, se preciso for em cima da passadeira. Por vezes, param em segunda fila tapando o acesso ao estacionamento, ou seja, podiam perfeitamente deixar os seus carros bem estacionados se tivessem um pingo de civilidade. E não demoram um minuto; não, ficam assim todo o tempo que for necessário.
Fico sempre a pensar nos exemplos de civismo que estes pais dão aos filhos.
Fico sempre a pensar nos exemplos de civismo que estes pais dão aos filhos.
Notícias actualizadas
Depois de uma grande fita e de ela própria sugerir tratar da ferida diante da TV, onde via pela milionésima vez o "Cats" (estou a arranjar alergia ao musical que nem imaginam, qualquer dia mio ou nascem-me orelhas de gato...), acabou por me estender a mãozinha e deixar tratar dela. Para seu grande espanto, não lhe doeu, só mesmo no final um bocadinho!
O que uma mãe tem de aturar, com todo o carinho, e quase toda a paciência do mundo ;).
O que uma mãe tem de aturar, com todo o carinho, e quase toda a paciência do mundo ;).
segunda-feira, dezembro 13, 2004
Uma boa sensação
Ouvir uma certa música sem aperto no coração. A minha mania de associar músicas a pessoas e situações dá nisto. Sabe mesmo bem recuperar o prazer de ouvir uma bela canção sem que venham com ela recordações amargas ou sem que as patetas das lágrimas queiram assomar aos olhos!
(Notícias da mão magoada: nem lhe voltei a pôr a vista em cima. A ver se agora, ao meter na cama a dona da mãozita, consigo perceber se está em bom estado ou não.)
(Notícias da mão magoada: nem lhe voltei a pôr a vista em cima. A ver se agora, ao meter na cama a dona da mãozita, consigo perceber se está em bom estado ou não.)
Aventuras de mãe
Fui buscar a minha filha à escola. Encontro-a de calças rotas, joelhos felizmente pouco magoados mas uma mão ferida. Vimos para casa. Limpar e desinfectar os joelhos e a mão esquerda, onde também há um arranhão, demora menos de um minuto. Tratar a ferida a sério é que está a ser um castigo. Ela parece uma personagem de desenho animado, fugindo com a mão, mexendo-se, virando a mão ao contrário, ao mesmo tempo que só se ouve "tenho medo", "vai doer", "eu sei que dói", "eu já passei por isto e sei que dói", "tu vais magoar-me" em várias versões que não se calam. De vez em quando, tem uns ataques de riso - o sentido auto-crítico herda-se, e ela sabe bem que está a fazer uma fita desgraçada - e diz que parece o Shrek quando tinha a seta espetada no rabo. Infelizmente, ainda não consegui, como a Fiona, que a (im)paciente se distraia para tentar extrair a pedrita que se alojou na ferida. Tentei durante meia hora, passando do mimo às ameaças, do sorriso à cara feia. Consegui pincelar-lhe a mão com Betadine, mais nada. Desisti por ora, sem fôlego nem paciência para mais. Tento daqui a bocado, quando as forças regressarem. Com um pouco de sorte, talvez a pedrita saia por si. Pedrita que eu ainda nem consegui perceber se está enterrada na carne ou apenas sob uma camada superficial de pele; nem isso a minha filhota me deixa verificar, mal os meus dedos se aproximam da ferida ela dá um puxão à mão.
Resultado: filha numa boa a fazer desenhos (daqui a pouco vem choramingar, porque aquilo deve-lhe doer mesmo) - mãe KO e completamente frustrada como enfermeira, a tentar recuperar as forças para um segundo round. Aceitam-se apostas sobre quem levará a melhor.
Ora bem
As coisas parecem um pouco melhores, a vida não se quer triste, eu não sou pessimista por natureza e depois de uns dias mais negativos estou de volta ao espírito positivo do costume, à determinação em trabalhar e à vontade de levar a "coisa" a bom termo. Obrigada pelas vossas palavras amigas, uma boa tarde para todos, eu cá vou-me agarrar à tese.
domingo, dezembro 12, 2004
Hoje
Hoje preciso de ver a tua cara pertinho de mim, Mãe, tal como eras pelos 20 anos, quando os teus olhos possuíam o brilho confiante de quem tem a vida toda pela frente. Acho a tua neta tão parecida contigo, nesta fotografia... E desejo tanto que a vida da minha pequenina não conheça as dores grandes que a tua teve...
Hoje apetecia-me, também, escrever um longo texto sobre ser velho e doente. Sobre o que se diz aqui e aqui, em discursos diferentes, o primeiro mais profissional mas cheio de carinho e respeito, o segundo um testemunho pessoal, onde o amor impera. Sobre o que conheço, bem demais, dessa realidade de saber que não há cura, mas apenas remedeios para o que resta de uma vida que se faz por ser tão boa quanto possível.
Hoje apetecia-me, também, escrever um longo texto sobre ser velho e doente. Sobre o que se diz aqui e aqui, em discursos diferentes, o primeiro mais profissional mas cheio de carinho e respeito, o segundo um testemunho pessoal, onde o amor impera. Sobre o que conheço, bem demais, dessa realidade de saber que não há cura, mas apenas remedeios para o que resta de uma vida que se faz por ser tão boa quanto possível.
Mas hoje, também, o "alerta" soou de novo, e não sou capaz de escrever o que queria. Apenas ficar alerta e com um pensamento fixo, a passar constantemente na minha cabeça (como aquelas barras idiotas que passam em rodapé na tv), pedindo: "Meu Deus, que não seja nada. Ou que seja tudo de uma vez por todas, rápido, sem mais sofrimento para ninguém". Faça o que fizer, está cá essa oração, constante, muda, sentida.
Para ti, Mãe
Passaram cinco anos desde que as tuas mãos arrefeceram entre as minhas. Não passaram as saudades, a vontade de encostar a cabeça no teu colo e receber o teu carinho, e de te dar todas as flores do mundo.
sábado, dezembro 11, 2004
sexta-feira, dezembro 10, 2004
Note to someone that doesn't deserve what he's got
Hoje senti desprezo, nojo e uma vontade imensa de nunca mais ouvir sequer falar em ti. Não és um homem. És um verme, um parasita, uma besta quadrada. Podias ter tudo, mas tudo deixaste escapar, e agora deixas fugir por entre os dedos o que ainda tens e que devia ser o mais valioso da tua vida. Idiota!
E no entanto, como eu gostava de saber como te ajudar...
quinta-feira, dezembro 09, 2004
Estado da questão
Exausta (as quintas-feiras dão cabo de mim, sobretudo se faço a idiotice de me deitar a altas horas da noite).
Enregelada (3º, marcava o termómetro do carro de manhã; 11º às 17h30; agora não sei nem me interessa).
Sem vontade de conversar (efeitos secundários de um dia demasiado ocupado).
Sem fome (efeitos secundários do cansaço).
Com 216 páginas para ler e uma conclusão sobre o seu conteúdo para escrever (tarefa que não me sai da cabeça).
Acho que vou é enfiar-me na cama (mas com as ditas 216 páginas na mão).
(Este post é imbecil, não é? Mas que querem, estava-me a apetecer resmungar um bocado. Resmungar faz bem. Alivia boa parte do que escrevi acima. Sou adepta da resmunguice terapêutica.)
Enregelada (3º, marcava o termómetro do carro de manhã; 11º às 17h30; agora não sei nem me interessa).
Sem vontade de conversar (efeitos secundários de um dia demasiado ocupado).
Sem fome (efeitos secundários do cansaço).
Com 216 páginas para ler e uma conclusão sobre o seu conteúdo para escrever (tarefa que não me sai da cabeça).
Acho que vou é enfiar-me na cama (mas com as ditas 216 páginas na mão).
(Este post é imbecil, não é? Mas que querem, estava-me a apetecer resmungar um bocado. Resmungar faz bem. Alivia boa parte do que escrevi acima. Sou adepta da resmunguice terapêutica.)
quarta-feira, dezembro 08, 2004
terça-feira, dezembro 07, 2004
Compras de Natal
Detesto comprar coisas por frete, de lista na mão. Mas, claro, nunca penso no Natal ao longo do ano, comprando o que vejo que seria mesmo adequado a esta ou aquela pessoa. Aliás, para ser sincera, não gosto mesmo do consumismo todo ligado ao Natal. Dar prendas por frete é péssimo. Dar prendas por gosto é outra coisa.
Uma das mais detestáveis sensações dos meus Natais de casada era que se gastava dinheiro a rodos numa exibição de prendas e mais prendas. Não gostava do consumismo, nem de ter de oferecer uma coisa cara só porque recebia um presente caro também. Livrei-me disso, mas não me livrei do resto.
No fundo, apetecia-me um Natal sem presentes. Ou melhor, presentes só para as crianças, só porque sim.
Resumindo: passei todas as poucas horas livres do dia de hoje a fazer compras de Natal...
Uma das mais detestáveis sensações dos meus Natais de casada era que se gastava dinheiro a rodos numa exibição de prendas e mais prendas. Não gostava do consumismo, nem de ter de oferecer uma coisa cara só porque recebia um presente caro também. Livrei-me disso, mas não me livrei do resto.
No fundo, apetecia-me um Natal sem presentes. Ou melhor, presentes só para as crianças, só porque sim.
Resumindo: passei todas as poucas horas livres do dia de hoje a fazer compras de Natal...
O caos
Reina o mais perfeito caos no meu escritório. Tenho livros, dossiers e fotocópias por todo o lado, à minha frente, atrás de mim, pelos lados, em pilhas periclitantes onde por vezes não sou capaz de encontrar nada do que preciso. das estantes. A minha filha ajuda alegremente a aumentar a confusão, trazendo para aqui livros, trabalhos escolares, bonecos e o diabo a quatro. Mas, mesmo no caos, vejo as coisas a avançar...
segunda-feira, dezembro 06, 2004
Medronhos
Outro dia, na escapadela para Norte, andei a apanhar medronhos. Andei à procura de fotos de medronheiros na net para pôr aqui. Encontrei algumas más, só esta bonita dos frutinhos, tão saborosos. Eram sobretudo fotos tiradas no parque da Peneda-Gerês. Dou comigo cheia de saudades daquelas montanhas. Vai ser um destino de fim-de-semana, mal fique livre daquela "coisa".
(PS - O burro caminha para a frente quando se lhe acena com uma cenourita...)
(PS - O burro caminha para a frente quando se lhe acena com uma cenourita...)
domingo, dezembro 05, 2004
Rei morto, rei posto
Anunciei a morte do canário, tenho de dar a notícia da chegada de um novo passarito. Bonito, de cores invulgares (amarelo e verde escuro), forma um belo par com a canária, de tons castanhos alaranjados. A família canora cá de casa está de novo completa.
É mais fácil ser pássaro de gaiola do que gente... O que não significa que trocasse a minha livre condição humana por facilidade alguma.
Momento a assinalar
A "coisa" ganhou hoje o título definitivo. É um pormenor, mas um pormenor que me agrada e faz "cheirar" a preparativos finais.
Reflexão de sábado / domingo
Para as pessoas normais, os fins-de-semana servem, em princípio, para descansar. Para pessoas que têm ideias peregrinas como a minha de fazer a porcaria de um doutoramento, raros são os sábados e domingos em que descanso; pelo contrário, são os dias em que posso dedicar-me por inteiro à tese. Passei o dia ao computador, marrando nisto (tirando uns intervalos forçados porque doutoranda come e filha de doutoranda tem direitos inalienáveis). Por aqui continuarei, até que os meus olhos se recusem a continuar a olhar para o écran. Isto lá é vida? Felizmente, começa a ver-se a luzinha salvadora no final do túnel. Mas, raios, bem mais longe ainda do que eu gostaria.
sexta-feira, dezembro 03, 2004
Presépios e árvores de Natal
A árvore de Natal está pronta, de luzes a brilhar, decorada com o jeitinho da minha filha (com ajuda da mãe para as luzes, por precaução). O presépio também está feito, cheio de bonecos de quando eu era criança, ordenados de acordo com uma lógica muito própria da Miosótis, que eu deixo à vontade nesse capítulo. Todos os dias vai haver alterações, já sei como é.
Inevitavelmente me recordo de outros Natais, daqueles em que eu tinha a idade da minha filha e cantava sem parar todas as canções natalícias que conhecia, e mais algumas que ia inventando. Recordo o cheiro do pinheiro - agora a árvore é artificial, a consciência ecológica impõe-se; o cheiro a musgo - que não tenho onde ir apanhar, e que não quero comprar pelos mesmo motivos; as bolas que era preciso manusear com muito cuidado, porque partiam - uso apenas das inquebráveis, juntamente com bonequinhos de madeira, uns natalícios, outros trazidos de S. Petersburgo com motivos russos, e muitos laços que fiz, gravidíssima, preparando enfeites inofensivos para o Natal do meu bebé.
A lareira arde, deixando a sala acolhedora. A minha filha pula de contente (ela deve ter molas nos pés). Eu lembro-me desses tempos passados, para sempre terminados não porque eu sou crescida, mas porque já cá não está quem tomava o lugar que me cabe agora a mim. O Natal é um tempo de visitas de fantasmas. Fantasmas bons - mas fantasmas.
De alguns deles falarei nos próximos dias. Agora, tenho de me ocupar de outras e mais urgentes tarefas, que se sobrepõem a qualquer vaga de nostalgia que teimosamente queira aparecer. Ao trabalho, pois.
De alguns deles falarei nos próximos dias. Agora, tenho de me ocupar de outras e mais urgentes tarefas, que se sobrepõem a qualquer vaga de nostalgia que teimosamente queira aparecer. Ao trabalho, pois.
quinta-feira, dezembro 02, 2004
Facto digno de nota
Hoje estive com um homem estupidamente bonito. Daqueles de quem temos de desviar o olhar, sob pena de ficar em contemplação. Com uns magníficos olhos verdes. No meio deste dia cansativo, foi uma agradável surpresa.
quarta-feira, dezembro 01, 2004
Os Incríveis
Lá fomos ver o novo filme da Disney. Com uma deliciosa fábulazinha inicial (a Pixar é fantástica) e uma história bem divertida. É um bocado diferente do habitual dos filmes da Disney, menos ternurento; parece de alguma forma mais dirigido a garotos que a garotas. E cá entre nós, o mau da fita tem uma cara que parece uma caricatura de um antigo namorado meu (muito me ri para dentro ao dar conta disso).
Dava jeito uma família Incrível neste nosso país, no qual também, e por diferentes mas variadas razões, é difícil acreditar...
Dava jeito uma família Incrível neste nosso país, no qual também, e por diferentes mas variadas razões, é difícil acreditar...
Fim de dia
Belo, o concerto do Rodrigo Leão. Com a doçura inesperada da companhia da minha filha, que no último momento aproveitou um bilhete vago para ir. Apesar de ter achado um bocado parado para o seu gosto, deliciou-se com algumas das músicas e, acima de tudo, com a possibilidade de estar njunto da mãe, no miminho, num serão destinado, à partida, a ser passado longe de mim.
À saída, uma chuva violenta literalmente encharcou-nos. Parecíamos dois pintos ao entrar em casa. Cai chuva como caem governos.
Confesso ter muito pouca paciência para ir ouvir telejornais, ler notícias, ou mesmo blogs políticos sobre o assunto. Agora quero apenas gozar o momento: o não ter mais este desgoverno no poder. Sobre as alternativas, o que nos espera, o que será um Sócrates primeiro-ministro - pensarei amanhã. Alegra-me também saber que não ouvirei mais discursos inimagináveis de uma certa secretária de Estado, muito "tia" e muito "bem", que outro dia convictamente defendia a necessidade de realização de estudos sobre a história do nosso país, porque da preservação do nosso património genético se trata.
À saída, uma chuva violenta literalmente encharcou-nos. Parecíamos dois pintos ao entrar em casa. Cai chuva como caem governos.
Confesso ter muito pouca paciência para ir ouvir telejornais, ler notícias, ou mesmo blogs políticos sobre o assunto. Agora quero apenas gozar o momento: o não ter mais este desgoverno no poder. Sobre as alternativas, o que nos espera, o que será um Sócrates primeiro-ministro - pensarei amanhã. Alegra-me também saber que não ouvirei mais discursos inimagináveis de uma certa secretária de Estado, muito "tia" e muito "bem", que outro dia convictamente defendia a necessidade de realização de estudos sobre a história do nosso país, porque da preservação do nosso património genético se trata.