Um pouco mais de azul

quarta-feira, agosto 31, 2005

Desejos

Faz tanta falta uma varinha de condão... Ou ao menos um génio que saísse de uma lâmpada e nos concedesse três desejos.

O que fica?

Às vezes pergunto-me se um amor verdadeiramente sólido pode desaparecer totalmente. Se não fica sempre uma résteazinha, mesmo que impossível de reacender.

Regresso a casa

Dar banho a um cachorro (tão crescido!) vindo do campo é uma aventura. No final, não sei o que estava mais molhado: se ele, se o chão, se eu.
Depois do banho, umas horas sem que ele parasse quieto, excitadíssimo com o regresso a casa. E agora gane na cozinha, com vontade de continuar a brincadeira com a dona pequenina noite fora.

terça-feira, agosto 30, 2005

Surreal

Kafka à solta, numa vida infelizmente perto de mim.

3 da manhã ...

... e eu acordada, diante do computador. Pareço regressada a outros tempos - credo! Nada disso: trabalho, sim, mas em projectos de dimensões razoáveis e saudáveis. E preguiço, gozando a calma nocturna, ouvindo música.

segunda-feira, agosto 29, 2005

...

Anda um post à procura de ser escrito. Escrevo, apago, re-escrevo, re-apago. Tudo o que disser é demasiado. Há quem não mereça sequer uma palavra, e há palavras que não se querem ver escritas.
Fica o desprezo.

domingo, agosto 28, 2005

Um pouco mais de ti

Depois de muito tempo, há textos novos num dos blogs que mais me toca o coração, continuando o Um ano de ti.

sábado, agosto 27, 2005

Mudam-se os tempos...

Releio, à toa, posts com mais de um ano. Entre o eu dessa altura e o de agora, noto a diferença. Algures, a transparência desapareceu. Sumiujuntamente com uma ponta de inocência que teimava em subsistir. E com o fechar de um ciclo da minha vida.
Fico a pensar porque é que este espaço subsiste.

Idiossincrasias

O gozo que me está a dar pegar no que gosto mesmo de fazer, e assim passar um serão tranquilo (ontem) ou uma tarde de paz (hoje) a trabalhar. Sem pressas, sem pressões, descansadamente.

sexta-feira, agosto 26, 2005

Crescer

Olho pela janela, para a menina que brinca lá fora. Sentimentos vários invadem-me. Por um lado, a nostalgia de ver a minha pequenina tornar-se grande, ganhar independência. Por outro, o orgulho e a alegria, pelos mesmos motivos. São estes os sentimentos que prevalecem, naturalmente: sabe muito bem ver a minha filha crescer.

Dicionário

Hipotensão - s.f., tensão arterial abaixo da normal.

quinta-feira, agosto 25, 2005

Casas de banho e praias - reflexões pós-férias

Gostava de conhecer as razões que levam tantas pessoas a espalhar papel higiénico pelo chão, ou a deitá-lo no caixote do lixo em lugar da sanita quando não há nenhum aviso nesse sentido. Será que fazem a mesma coisa nas suas próprias casas?
Desconfio que essas pessoas serão as mesmas que deixam atrás de si um rasto de lixo nas praias. Também espalharão lixo por diversos cantos dos seus lares?

E mais cinzas

Ganhei coragem e fui ver Coimbra do alto do Penedo da Saudade. Senti o coração cair-me aos pés ao ver a dimensão das áreas ardidas; e só era visível a parte oriental da cidade.

quarta-feira, agosto 24, 2005

Cinzas

Regresso a casa, num final de férias surreal com as notícias e as imagens da minha cidade envolta em chamas.
Chego ao anoitecer, tarde demais para poder dar uma volta e ver com os meus próprios olhos a dimensão do que sucedeu em Coimbra nestes últimos dias.
A casa cheira a fumo e encontra-se coberta por uma fina camada de cinzas. Não ardeu porque todos os habitantes da rua que não estavam de férias se mobilizaram e passaram a noite a despejar baldes de água nas árvores próximas que teimavam em incendiar-se com as faúlhas incandescentes trazidas pelo vento do incêndio que passou a escassas centenas de metros (serão tantos, em linha recta?).
Repito para mim mesma, com dificuldade em acreditar, que a minha casa esteve em riscos de arder. Não é uma casa perdida no meio de uma serra ou de uma mata. É um apartamento num prédio de uma urbanização recente, situada numa pacata zona de uma das principais cidades do país. Ainda não acredito no que se passou. Só sei que suspirei de alívio ao ver-me de novo em casa, ao meter a chave na fechadura e voltar a tomar posse do que é meu.

segunda-feira, agosto 15, 2005

Férias

A segunda fase de férias começa amanhã, bem cedo. Destino: o sul. Praias de águas tranquilas e mornas. Tempo de nada fazer excepto nadar, apanhar sol, comer, dormir e ler. E ver e ouvir o mar, claro está.
Até lá, fiquem bem, em férias de preferência.


Fuzeta - Algarve
Isabel Magalhães, 1999

Lua

No meio da noite quente, a lua. Quase cor de laranja, enorme, no meio do céu negríssimo. Olhá-la faz-me sentir mais calor. Tudo me faz calor.

domingo, agosto 14, 2005

Calor

Calor que derrete os próprios pensamentos. Calor que me deixa inerte, incapaz de me mexer. Tudo parece irreal, só existe o calor - e, durante a noite, o cheiro das árvores a arder. Ainda querem convencer-nos que os incêndios surgem devido a queimadas - alguém faz queimadas à noite? Mas só à noite é que o cheiro vem e invade a casa, onde dificilmente consigo dormir.
Apetecem, apenas, bebidas frescas. Deixar o gelo derreter-se sobre a pele, mergulhar os pés pesados como chumbo em água fria. Fico a ver filmes até tardíssimo, procurando uma aragem que não sopra. A cama não chama por mim, o sono não chega - só por bocados, a meio do filme, que vejo aos pedaços.
E o dia passa quente, ardente, irrespirável, irreal. Suspiro pelo anoitecer e pelo pôr do sol que todo o dia aqueceu a casa. Qual animal noctívago, refugio-me por trás de persianas corridas durante o dia e só à noite pretendo sair - e arrefecer.

Mar. O barulho das ondas, o som dos seixos atirados para terra e logo de seguida apanhados pela água que os leva de novo para si. O piar das gaivotas, muitas, esvoaçando sobre o mar.

(Fazes-me falta. Especialmente na praia, diante da imensidão do mar que me faz sonhar. Contigo, também. E dou-me conta de que há anos sinto a tua falta; mesmo no tempo em que pensava ter-te ao meu lado.)

O sol a pôr-se no meio do mar. Eu a olhar, a perder o fio dos pensamentos no meio das ondas e por entre as gaivotas. A minha filha à beira da água, brincando, fazendo elevarem-se no ar pequenas gotas salgadas que brilham ao cair.

(Estou em paz. Mesmo com a tua falta.)

O regresso a casa. A filha adormecida, o dia a terminar, a música baixinha, calma, no rádio, eu a guiar sem pressa na estrada quase deserta. Em harmonia com o meu pequeno mundo. Numa espécie de acção de graças. Porque a felicidade acontece assim: de vez em quando mostra a sua presença. Mesmo quando tu não estás e eu nem sei quem és.

sexta-feira, agosto 12, 2005

Estreias

Este é um Verão de estreias. Aliás, um Verão em muitos aspectos especial. Verão, em certa medida, de carta de alforria.
Verão de me proporcionar gostos a mim mesma como nunca fiz. E por isso as compras, os projectos, e até o jantar de hoje. A minha cabeça gira ligeiramente graças ao vinho. Aberto só para mim. Pode parecer parvoeira, mas é (mais) uma estreia. Raríssimas vezes bebo sozinha, e ainda é menos usual comprar vinho de propósito para mim. Aprender a estar bem sozinha passa também por aí - e é a lição a aprender este Verão.

Classificados

Divide-se apartamento no Algarve, com vista para o mar, preço em conta, durante a primeira semana da 2ª quinzena de Agosto. Há um sofá-cama na sala disponível para duas pessoas. Quem fumar pode fazê-lo na varanda, olhando o oceano.
(Raios, todos os planos para as férias deste ano sairam furados! O que vale é que eu já tinha suspeitado disso e o orçamento aguenta; mas que dava muito mais jeito dividir a despesa, como tinha sido combinado no início, lá isso dava.)

quinta-feira, agosto 11, 2005

Ora então

Aqui vai a saga do IMI.
Casar em comunhão de adquiridos tem o grave problema de um dia, se a coisa der para o torto, se terem de fazer contas à vida e dividir o lar que deixou de ser doce. Assim aconteceu com esta que se assina, que comprou ao ex-marido a parte dele. Feita a escritura, perguntei o que mais devia fazer. Ninguém me falou de nenhum IMT ou IMI. Só soube da existência destes impostozitos quando me ligaram do banco a dizer que precisavam do papel certificativo do pagamento do IMT, o tal que está dependente da declaração do modelo 1 do IMI..
Ora acontece que, para fazer essa declaração, é necessário entregar uma cópia autenticada das plantas do imóvel, que só a Câmara Municipal pode fornecer. A Câmara encontra-se atulhada de pedidos desse género, pelo que se deve contar com cerca de dois meses de atraso na sua entrega. Assustei-me ao saber disto: como ninguém me tinha falado do assunto, já tinha passado um mês desde a escritura, e eu precisava de ter rapidamente nas mãos o tal papelinho do IMT que o banco me exigia, sob pena de todas as certidões relacionadas com o empréstimo caducarem. Felizmente, na repartição de finanças aceitam-me a liquidação (provisória) do IMT sem ter feito a declaração para o IMI, simplesmente mostrando o pedido das fotocópias à Câmara.
Hoje, já com as fotocópias na mão, voltei à repartição de finanças. Vi nessa altura, pela primeira vez, o impresso que tinha de preencher para o tal IMI. Pediam-me dados que não constam de nenhuma certidão nem fotocópia, como a área do meu apartamento e das zonas que, sendo minhas, fazem parte do espaço comum do prédio, ou seja, as varandas. Pensei que esses dados constariam do registo do imóvel. Não. Sou eu quem tem de os calcular. Quer isto dizer que a hora e meia perdida na repartição de finanças não serviu senão para ficar furiosa, e que tenho de andar a fazer contas da área da minha casa a partir de uma planta cuja escala não se lê sequer na fotocópia que a Câmara me forneceu. Quando o funcionário que me atendeu me disse que isso era trabalho meu, os meus olhos arregalaram-se de espanto.
Se calhar eu sou uma lírica, ou vivo noutro planeta. Mas será que é a mim que cabe andar a medir a minha casa? Isso não devia constar da caderneta predial de qualquer imóvel, que é, no fundo, o seu bilhete de identidade? E se não consta, não seria isso que se devia pedir aos serviços competentes, em lugar ou para além de umas fotocópias meio borradas onde nem sequer se percebe a escala? Que obrigação tenho eu de saber interpretar os dados de uma planta? E se eu fosse analfabeta? E se eu me enganar nas contas?
E assim fico a perceber melhor porque é que, no caso das matas, não se sabe o que pertence a quem. Se as coisas são assim com prédios urbanos com uma dúzia de anos, o que será dos prédios rústicos que se transmitem há séculos de geração em geração?

Como se passa uma alegre tarde de Verão

Melhor do que uma tarde de férias enfiada numa repartição de finanças, só sair de lá sem ter resolvido o que era preciso!

E passo a explicar um pouco melhor, partilhando convosco, caros leitores, a magnífica tarde que passei.
Agosto em Coimbra já não é o que era (tal como a tradição, os casamentos ou os homens charmosos). Chego à repartição de finanças às 14h30 pensando encontrá-la às moscas, e deparo com ela cheia! Mas cheia mesmo, quase como em tempo de entrega de declarações de IRS. Tiro a senha que suponho ser própria para o que lá vou fazer, tentando recordar-me das indicações que há uns meses me tinham sido dadas, e vou de seguida à tesouraria. Num minuto, compro o selo do carro (pois, já devia estar comprado há umas semanas, mas que querem, não tive tempo! Aproveito para informar que não se paga multa pelo atraso; apenas somos multados se formos apanhados a conduzir sem selo) e o impresso de declaração mod. 1 do IMI. O Imposto Municipal sobre Imóveis, uma invenção recente que já me fez dizer mais asneiras hoje do que no mês passado inteiro.

E como estou a querer acalmar depois de me ter dado uma verdadeira fúria, deixo para mais tarde a detalhada explicação da odisseia de quem quer pôr a sua vida em ordem. Vou passear!

Será que alguém responde?

De que cabo precisarei eu para ligar a aparelhagem ao DVD (tendo em conta que o leitor de CDs e que queria utilizar o leitor de DVDs para o substituir)? E em que raio de buraquinhos é que é preciso enfiar o dito cabo que não sei como é?
Está visto que estas coisas são invenções masculinas.

Mais arrumações

Enquanto arrumo, descubro que pôr ordem às coisas da casa ajuda a pôr ordem aos pensamentos. Devia ter começado a arrumar a casa há mais tempo.

Tempo de férias ...

... também é tempo de arrumações. Da casa e da mente.
Depois de horas a arrumar, concluo que é mais fácil deitar fora o que deixou de ter serventia na casa do que o que já nada faz no nosso pensamento.

quarta-feira, agosto 10, 2005

Raio de luz

No meio da noite, um raio de luz. Como um eco de uma voz distante há muito silenciosa.

Serão

Uma intranquilidade desponta, subreptícia. Não sabe porquê. Quer-se em paz, e não a encontra. Fantasmas insistem em falar-lhe ao ouvido, murmurar em surdina o que não lhe interessa recordar. Espectros do passado. Temores do futuro. E ela, pequena, de coração encolhido. Durante as longas horas das noites quentes de Verão.

terça-feira, agosto 09, 2005

De regresso

E com saudades deste safado, que daqui a pouco nos vai receber doido de alegria!

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terça-feira, agosto 02, 2005

Até breve!

A primeira fase de férias começa hoje.

segunda-feira, agosto 01, 2005

Passear o cão

Das duas uma: ou o cachorro se mete com quem passa, ou quem passa se mete com ele.
Resultado: várias pessoas com ego em alta pelas lambidelas meiguinhas do cachorro; filha amuada por estarem a dar nas vistas; mãe a pensar em eventuais potencialidades destes passeios.
Conclusão: há sempre vários prismas por onde olhar uma mesma realidade.


 
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