Um pouco mais de azul

quarta-feira, agosto 24, 2005

Cinzas

Regresso a casa, num final de férias surreal com as notícias e as imagens da minha cidade envolta em chamas.
Chego ao anoitecer, tarde demais para poder dar uma volta e ver com os meus próprios olhos a dimensão do que sucedeu em Coimbra nestes últimos dias.
A casa cheira a fumo e encontra-se coberta por uma fina camada de cinzas. Não ardeu porque todos os habitantes da rua que não estavam de férias se mobilizaram e passaram a noite a despejar baldes de água nas árvores próximas que teimavam em incendiar-se com as faúlhas incandescentes trazidas pelo vento do incêndio que passou a escassas centenas de metros (serão tantos, em linha recta?).
Repito para mim mesma, com dificuldade em acreditar, que a minha casa esteve em riscos de arder. Não é uma casa perdida no meio de uma serra ou de uma mata. É um apartamento num prédio de uma urbanização recente, situada numa pacata zona de uma das principais cidades do país. Ainda não acredito no que se passou. Só sei que suspirei de alívio ao ver-me de novo em casa, ao meter a chave na fechadura e voltar a tomar posse do que é meu.


 
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