Um pouco mais de azul

domingo, agosto 14, 2005

Calor

Calor que derrete os próprios pensamentos. Calor que me deixa inerte, incapaz de me mexer. Tudo parece irreal, só existe o calor - e, durante a noite, o cheiro das árvores a arder. Ainda querem convencer-nos que os incêndios surgem devido a queimadas - alguém faz queimadas à noite? Mas só à noite é que o cheiro vem e invade a casa, onde dificilmente consigo dormir.
Apetecem, apenas, bebidas frescas. Deixar o gelo derreter-se sobre a pele, mergulhar os pés pesados como chumbo em água fria. Fico a ver filmes até tardíssimo, procurando uma aragem que não sopra. A cama não chama por mim, o sono não chega - só por bocados, a meio do filme, que vejo aos pedaços.
E o dia passa quente, ardente, irrespirável, irreal. Suspiro pelo anoitecer e pelo pôr do sol que todo o dia aqueceu a casa. Qual animal noctívago, refugio-me por trás de persianas corridas durante o dia e só à noite pretendo sair - e arrefecer.


 
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