Um pouco mais de azul

sexta-feira, março 31, 2006

Cheiros

Gosto do cheirinho a lavado do pêlo do meu cão. Veio há bocado instalar-se no seu posto, sob a secretária onde estou a trabalhar; dei por ele pelo seu cheiro bom.

Pontas soltas

Hoje é dia de atar pontas soltas e ficar livre, assim, de uma série de assuntos pendentes.

quinta-feira, março 30, 2006

Um poema

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.


Alexandre O'Neill

Interrogação

Porque é que só me apetece escrever aqui quando tenho de escrever outras coisas?

terça-feira, março 28, 2006

Flores



(daqui)

segunda-feira, março 27, 2006

Parabéns fora de horas

Se a minha memória funcionasse direito, os parabéns teriam sido dados no dia certo. Se tivesse estado perto de um computador no dia 24 e dado uma volta pelos blogs do costume, teria dado conta do dia que era. Mas nem a minha memória fixa datas de aniversário com facilidade, nem as aponto na agenda porque, teimosa, acho sempre que me lembro delas (e não consulto a agenda com regularidade), nem, finalmente, tive acesso ao computador e à net nos dias que se passaram. Por isso, só agora (e numa corrida, que estas segundas-feiras são de correria constantes) rabisco estas linhas, desejando os parabéns e as maiores felicidades à Hipatia. Que seja mais um ano de vida muito feliz, minha querida!

terça-feira, março 21, 2006

Outro pensamento (que nada tem a ver com o anterior)

A base de dados em que continuo a trabalhar é uma grandessíssima merda.

sexta-feira, março 17, 2006

Pensamento ao fim da tarde

O amor deve ser como um sofá onde gostemos de nos enroscar e nos sintamos confortáveis.

Bom fim-de-semana!

quarta-feira, março 15, 2006

Oferece-se

Rinite alérgica ou coisa que o valha, novinha em folha, em óptimo estado de conservação, devidamente acompanhada por fungadelas, espirros, nariz tapado, olhos a chorar e cabeça pesada.
Oferece-se a quem prometer nunca a devolver à procedência.

sábado, março 11, 2006



Porque o dia de hoje tem de ser, sempre, dia de flores. E eu adoro frésias.

sexta-feira, março 10, 2006

0:49

Eis que pareço regressada a outros tempos em que por estas horas atingia a velocidade de cruzeiro no meu trabalho. Os hábitos de coruja ainda estão arreigados e, embora saiba que quando o despertador tocar às 7h30 da madrugada vou rogar pragas à brilhante ideia de fazer um serão de trabalho à moda do ante-doutoramento, estou a precisar do silêncio e do aconchego envolvente da noite para me conseguir concentrar.
Tenho saudades de longas horas nocturnas a trabalhar em paz. Não da tese, credo, de modo algum! Mas do sossego, da paz não interrompida destas horas que parecem durar mais do que as do dia. A minha filha dorme, o cão também, o silêncio reina na casa, a música soa em surdina, e os meus neurónios funcionam em pleno. Eles gostam da banda sonora de Les Choristes. Eu também.

quinta-feira, março 09, 2006

Quotas femininas

Parece que de novo se fala em instituir um sistema de quotas para que aumente o número de mulheres na Assembleia da República. Para mim, isso é o cúmulo do politicamente correcto e constitui uma forma de desigualdade. Não se premeia o mérito, o talento, a dedicação, mas apenas o sexo. Se eu soubesse que tinha a profissão que tenho pelo facto de ser mulher e não pelo que valho, sentir-me-ia humilhada.
Além disso, essa é uma solução para os problemas que afastam a maioria das mulheres de carreiras políticas e de chefia tão boa como a encontrada, há uns anos, para remediar o insucesso escolar: criaram-se entraves às reprovações, não se atacaram as causas do fenómeno... E depois as estatísticas mostram belos números para fazer vista, mas os problemas mantêm-se, iguaizinhos, apenas mais disfarçados.

domingo, março 05, 2006

Image hosting by Photobucket
(foto recebida por mail)

sexta-feira, março 03, 2006

Provérbio do dia

O homem põe e a neve dispõe. Só me apetece dizer "ganda nóia"...

Onde se fala da co-incineração e da gripe das aves

Acabo de ler que o governo anunciou o arranque da co-incineração nas cimenteiras de Souselas e Outão nos próximos meses. A ideia de José Sócrates enquanto ministro do Ambiente vai vingar com ele como primeiro-ministro. Dizem os ecologistas, nos jornais cá da terra que desde há uns dias não falam de outra coisa, que a legislação europeia sobre a queima de resíduos industriais mudou entretanto, que é muito mais rigorosa no que toca à segurança. Diz o ministro que tudo será feito com toda a transparênciae segurança.
Mas alguém acredita mesmo nisso, neste nosso país do deixa-andar e da desresponsabilização?
Num país onde uma cimenteira trabalha décadas a fio deixando sequelas graves na saúde da população local, como há semanas comprovou um estudo, sendo agora essa cimenteira uma das seleccionadas para a co-incineração?
Num país onde uma participação sobre uma ave morta, comunicada ao número de telefone disponibilizado para a gripe das aves, não é tida em conta, além de que o tal telefone não funciona 24h sobre 24h, como se conta, na primeira pessoa, na Aba de Heisenberg? E se o passaroco estivesse mesmo infectado? E o que dizer dos patos que continuam à solta em certas zonas verdes de Coimbra, podendo contactar com aves migratórias que já se vêem em bandos a esvoaçar sobre a cidade, e às quais decerto agradará a ideia de irem matar a sede nos lagos onde os patos vivem? Será idiota pensar que esses patos deveriam ser desde já colocados num local protegido por forma a minimizar o risco?
Eu cá, que não tenho nem a mania das doenças nem sou fatalista, confesso que não me sinto lá muito segura com as garantias que as autoridades fornecem nem num caso, nem no outro. Soa-me assim como aqueles médicos que nos mandam embora depois de nem sequer terem olhado para nós, e nos deixam com uma sensação infelizmente nem sempre errada de que nos estão a despachar e não a tratar...

Além disso, faz algum sentido que uma das cimenteiras escolhida esteja situada na periferia de uma cidade que pretende ser conhecida como "cidade da saúde", e a outra no meio de um parque natural belíssimo que devia era ver encerrada a cimenteira, e não ter lá resíduos perigosos a queimar? Não há mesmo nenhum outro sítio onde se possa fazer a queima, se ela for de facto indispensável?

Far Far Away

quarta-feira, março 01, 2006

Problema de expressão

Só pra dizer que te amo,
Nem sempre encontro o melhor termo,
Nem sempre escolho o melhor modo.

Devia ser como no cinema,
A língua inglesa fica sempre bem
E nunca atraiçoa ninguém.

O teu mundo está tão perto do meu
E o que digo está tão longe,
Como o mar está do céu.

Só pra dizer que te amo
Não sei porquê este embaraço
Que mais parece que só te estimo.

E até nos momentos em que digo que não quero
E o que sinto por ti são coisas confusas
E até parece que estou a mentir,
As palavras custam a sair,
Não digo o que estou a sentir,
Digo o contrário do que estou a sentir.

O teu mundo está tão perto do meu
E o que digo está tão longe,
Como o mar está do céu.

E é tão difícil dizer amor,
É bem melhor dizê-lo a cantar.
Por isso esta noite, fiz esta canção,
Para resolver o meu problema de expressão,
Pra ficar mais perto, bem mais de perto.
Ficar mais perto, bem mais de perto.

Mais uma música de que gosto, dos Clã.


 
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