Um pouco mais de azul

domingo, dezembro 31, 2006

Fim

Post com mais de 3 meses que não chegou a ser publicado e tem de o ser antes de findar o ano, para não ficarem assuntos pendentes para o ano novo

Aparece-me com os olhos a brilhar. Encontrou antigas camisas de dormir da avó, trazidas para casa há tempos. São peças lindas com 50 ou mais anos, feitas de rendas e sedas para o enxoval da minha mãe. A minha filha pede licença e experimenta-as, uma após outra. Vem mostrar-mas, rodopiando em passos de dança vaidosos e cheios de uma feminilidade cada vez mais evidente nesta garotinha que aos poucos se torna mulher. Eu sorrio e regresso ao passado - ao tempo em que era eu quem experimentava o enxoval da minha mãe e me olhava ao espelho.

É engraçado: não me apetece escrever aqui há imenso tempo. Mas agora, diante desta cena, deu-me vontade de a registar neste sítio onde tantas vezes fixei por escrito momentos que não desejo esquecer. Momentos que dizem respeito, quase sempre, à minha filha. Ou ao meu passado, ou a ecos desse passado no presente. Mais precisamente: ficam aqui, em grande medida, momentos de reconciliação com o meu passado, mais ou menos distante.
E assim faz sentido este registo de hoje, e a falta de registos dos últimos meses. Não há muito mais para reconciliar. O blog-saco-de-boxe esgotou as suas funções: não preciso de dar murros. Quando muito, de vez em quando, passo por ele e afago-o - não lhe desfiro socos. Faz ele parte, já, de um tempo passado; sobretudo, ultrapassado.

Ando há tempos para encerrar o blog. Vou adiando, porque ainda não fui capaz de escrever o que gostaria de dizer no último post, nem tive tempo para isso. Custa-me acabá-lo, mas sei que é isso que vou fazer, que é o passo certo e lógico a dar, num momento em que uma nova fase da minha vida se inicia. Uma fase em que é mais válido do que nunca o propósito (expresso logo num dos primeiros posts que escrevi) de não me contentar com o morno, com o quase, mas sempre procurar atingir o azul - agora com alguém ao meu lado, além da minha filha (e do cão, que também faz parte da família e ninguém dispensa).

Sim, o "tal" existe, e resolveu aparecer antes dos meus 60 anos, como um dia pedi. Apareceu no momento em que eu não precisava dele, quando me tinha reconciliado comigo mesma e com a minha própria história. Tem assim outro sabor a sua presença ao meu lado: não dependo nem preciso dele, mas estou muito melhor ao seu lado, e é assim que quero estar, daqui em diante. Mas desta nova vida não vai falar o "Um pouco mais de azul". Aqui foi contada uma história que era minha; agora passa a haver, concretizada num dia-a-dia comum, uma história nossa, que não precisa de ser escrita, mas vivida e saboreada.

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Assim pensei eu terminar o blog, há mais de 3 meses. Contudo, a total falta de tempo e de disponibilidade levaram a que não publicasse este post, e as semanas foram correndo sem que eu lhe pusesse um fim. Descobri, entretanto, que não quero deixar de ter um blog. Não vai ser este, que, como acima disse e pelas razões expressas, terminou. Os poucos posts que escrevi nos últimos meses já não deviam estar aqui, mas num outro blog, que começa agora, mesmo quando o ano finda. Chamei-lhe “Way to blue”, e todos quantos seguiram (e fizeram comigo) este blog compreenderão, sem necessidade de explicar, o porquê de tal nome, que repesca o título de uma canção do Nick Drake que conheci graças ao “Um pouco mais…”.

Resta-me agradecer a vossa presença e amizade e desejar um 2007 azul para todos!

sábado, dezembro 30, 2006

Natal



Uma Nossa Senhora com o Menino de Stephan Lochner, séc. XV

quinta-feira, dezembro 21, 2006

41

Não dói nada. Pesa um pouco, é certo, mas que fazer? Sorrir e ter pensamentos azuis. O que, diga-se, é fácil, neste momento.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Pergunta

Será que alguém me pode explicar por que carga de água é que o meu cão, que nunca fez chichi fora do sítio, anda a mijar pela casa fora?
Não despeja a bexiga, apenas marca território como quando vai à rua e deixa pinguinhas em cada poste por onde passa. Primeiro, foi o tapete da minha casa de banho. Quando o acesso a essa divisão passou a ser controlado, alçou a pata sobre o canto da colcha da cama. Hoje atacou no quarto da minha filha, em dois lugares distintos. Tinha já ido à rua e feito as suas necessidades. Que raio tem o bicho?
Esclarecimentos e sugestões agradecem-se.

quinta-feira, novembro 30, 2006

Da cor do céu

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segunda-feira, novembro 27, 2006

Post atrasado do fim-de-semana

Se ouvisse mais uma vez os jornalistas da tv falar, a propósito das cheias, da "praia-mar", dava-me um treco. Sensatamente, desliguei a televisão.

quinta-feira, novembro 16, 2006

Sonho de infância tornado realidade

Tenho um cão quentinho deitado sobre os meus pés.


 
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