Um pouco mais de azul

segunda-feira, abril 04, 2005

Parabéns, querida avó!

Seriam 107 anos.
Hoje, em especial, vou-me lembrar de ti. É bom olhar para trás e ter imensas coisas boas para recordar de ti. Como os doces que fazias, ou os lanches que nos arranjavas - comidos na cadeira pequenina, ao pé do fogão. Os fatos das bonecas, que pacientemente cosias, com a perfeição de quem fazia roupa de gente (é a tua bisneta que brinca agora com eles, sabes?).
Tu eras a alma da nossa casa. A minha madrinha e avó querida, com olhos grandes, claros, transparentes, de quem o meu avô dizia: "Casei com a mais bonita de todas as irmãs" - a fotografia que tenho na sala diz-me que ele estava coberto de razão.
Ainda uso o xaile branco que fizeste, quando me deito ou levanto e o frio me leva a colocar algum agasalho pelas costas. E conto à tua bisneta (em tantas coisas parecida contigo) as histórias de que me lembro dos tempos em que eras pequenita. Ela gosta sobretudo daquela em que o rei D. Carlos te deu um beijo e um fogãozinho, em troca do ramo de flores que lhe ofereceste. Gostava que fosses tu a contar-lhe tudo isso.


 
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