Um pouco mais de azul

segunda-feira, março 28, 2005

Sabe bem

Perguntavam-me ontem nos comentários qual a sensação de ter terminado a tese. Ontem, ainda não sabia dizê-lo, faltava tanta coisa: ver tudo impresso na minha frente, corrigir algumas falhas nas impressões, pôr as folhinhas umas sobre a outras e, sobretudo, entregar na gráfica todo o material. Foi um stress tremendo até meio da tarde de hoje.
Mas desde que me vi tudo pronto nas mãos de quem dessas folhas soltas fará um livro, apoderaram-se de mim duas sensações fortes. A primeira: orgulho por ter terminado, uma enorme alegria por ter conseguido e me ver livre do monstro. A segunda: um cansaço tão grande como a tese, do tamanho de todas as noitadas, todas as horas roubadas ao sono, todos os fins-de-semana e dias de férias dedicados a trabalhar, todas as vezes que vim para aqui em lugar de descansar, ler um livro ou ver um filme, ou simplesmente brincar com a minha filha.
Há ainda uma terceira sensação: vontade de apagar os vestígios da tese. Eu, que já me confessei desarrumadíssima, quero arrumar o meu escritório, limpar do computador as várias versões da dita que por aqui pululam. Era já assim quando estudava na Universidade: tudo desarrumado até ao exame, tudo em ordem nos dias seguintes, preparando o caminho para o que viesse depois.
Agora, não é para um exame que preparo o caminho. É para outros rumos, outros trabalhos, outra vida. Sabe bem!


 
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