Ao serão
Na casa reina o silêncio. E sabe bem não estar aqui a trabalhar, mas a preguiçosamente ler blogs e limpar todas as versões não definitivas da tese. No final, ficam 9 ficheiros .pdf e uns mais de word. E muitas tabelas excel, muitas imagens digitalizadas, uma base de dados. Parece tão pouco, depois de tanto trabalho...
Não sei se consigo fazer algum balanço para já, é demasiado recente. Se valeu a pena? Por motivos pessoais, sim. Por motivos pessoais, não. Faz bem ao ego, sobretudo agora que chego ao fim e vejo a obra concluída. Faz, porém, mal à saúde - dizia-me um médico há tempos (não sei se já aqui o citei) que isto tem mais de prova de resistência do que de demonstração de capacidade de investigar um tema inédito.
Pelo que, se alguém se lembrar de me perguntar o que eu acho de fazerem um doutoramento, a minha resposta é a seguinte: se é necessário para o trabalho, claro que sim (mas fixem em limites razoáveis o tema a investigar, sejam realistas); se é depois de filhos criados e em idade de ter tempo livre, porque não? Se é pelo simples prazer de fazer uma investigação, ou em busca de futuro emprego no mundo da investigação em Portugal, os meus sentidos pêsames, nem sabem no que se metem...
Cá entre nós, não liguem demasiado ao que estou a dizer. Se gostam, se investigar vos dá um gozo dos diabos, lancem mãos ao trabalho. Se, sabendo de todos os riscos inerentes a abraçar um projecto que exige grande dedicação, querem mesmo fazê-lo, façam-no, mas sem deixar o entusiasmo esmorecer. Porque sem um grande gosto, sem vontade, sem pica (apetecia-me usar outra expressão, mas uma certa eventual leitora impede-mo), deve ser um suplício maior que o de Tântalo (já não me lembro o que acontecia a este desgraçado, mas não era coisa boa - se calhar tinha de fazer teses sem vontade!).
Prometo que não vou escrever sobre teses durante muito tempo, ou todos vocês, caríssimos leitores, fogem a sete pés, e eu não quero. Dêem-me, porém, um pequeno desconto: estou no rescaldo, o tema ainda está demasiado na ordem do dia para que não fale dele. Depois, vou-vos contar sobre um botão de rosa que, maltratada embora, viveu quase um mês dentro de uma jarra com água e tem o tronco cheio de rebentos. Tema bem mais primaveril - e que bom é ter tempo para assistir ao crescimento de uma nova roseira!
Não sei se consigo fazer algum balanço para já, é demasiado recente. Se valeu a pena? Por motivos pessoais, sim. Por motivos pessoais, não. Faz bem ao ego, sobretudo agora que chego ao fim e vejo a obra concluída. Faz, porém, mal à saúde - dizia-me um médico há tempos (não sei se já aqui o citei) que isto tem mais de prova de resistência do que de demonstração de capacidade de investigar um tema inédito.
Pelo que, se alguém se lembrar de me perguntar o que eu acho de fazerem um doutoramento, a minha resposta é a seguinte: se é necessário para o trabalho, claro que sim (mas fixem em limites razoáveis o tema a investigar, sejam realistas); se é depois de filhos criados e em idade de ter tempo livre, porque não? Se é pelo simples prazer de fazer uma investigação, ou em busca de futuro emprego no mundo da investigação em Portugal, os meus sentidos pêsames, nem sabem no que se metem...
Cá entre nós, não liguem demasiado ao que estou a dizer. Se gostam, se investigar vos dá um gozo dos diabos, lancem mãos ao trabalho. Se, sabendo de todos os riscos inerentes a abraçar um projecto que exige grande dedicação, querem mesmo fazê-lo, façam-no, mas sem deixar o entusiasmo esmorecer. Porque sem um grande gosto, sem vontade, sem pica (apetecia-me usar outra expressão, mas uma certa eventual leitora impede-mo), deve ser um suplício maior que o de Tântalo (já não me lembro o que acontecia a este desgraçado, mas não era coisa boa - se calhar tinha de fazer teses sem vontade!).
Prometo que não vou escrever sobre teses durante muito tempo, ou todos vocês, caríssimos leitores, fogem a sete pés, e eu não quero. Dêem-me, porém, um pequeno desconto: estou no rescaldo, o tema ainda está demasiado na ordem do dia para que não fale dele. Depois, vou-vos contar sobre um botão de rosa que, maltratada embora, viveu quase um mês dentro de uma jarra com água e tem o tronco cheio de rebentos. Tema bem mais primaveril - e que bom é ter tempo para assistir ao crescimento de uma nova roseira!