Azul escuro
Fiquei assim, de azul escuro na alma.
Já aqui falei, em tempos, da tristeza que me dá ver pessoas dinâmicas da minha área a enveredarem por outros empregos, por causa da falta de oportunidade de trabalharem naquilo de que gostam e que estudaram para um dia poderem fazer.
Hoje fiquei a saber que um grande, grande amigo desistiu. O meu grande companheiro de sonhos e projectos (uns loucos, outros factíveis, mas sempre pensados para serem realizados em colaboração estreita um com o outro) acabou por reconhecer que se quer ser feliz tem de pensar em fazer outras coisas. Porque assim não tem estabilidade, não tem futuro - e ele quer, como toda a gente, levar a vida para a frente.
Desejo-lhe a maior sorte, continuo ao lado, sempre, incentivo-o nesta mudança de rumo. Mas sinto-me amputada do meu braço direito. Sinto que o meu trabalho vai ficar menos azul. Mais escuro.
Bem mais escuros, porém, são os meus pensamentos sobre a política de investigação neste país, o desprezo a que são votadas áreas que deveriam ser acarinhadas porque têm a ver com a valorização e conservação do que é a nossa memória colectiva, o dinheiro que se desbarata em centros de investigação que não cumprem as suas missões, e tanta, tanta coisa sobre a qual evito falar neste espaço...
Já aqui falei, em tempos, da tristeza que me dá ver pessoas dinâmicas da minha área a enveredarem por outros empregos, por causa da falta de oportunidade de trabalharem naquilo de que gostam e que estudaram para um dia poderem fazer.
Hoje fiquei a saber que um grande, grande amigo desistiu. O meu grande companheiro de sonhos e projectos (uns loucos, outros factíveis, mas sempre pensados para serem realizados em colaboração estreita um com o outro) acabou por reconhecer que se quer ser feliz tem de pensar em fazer outras coisas. Porque assim não tem estabilidade, não tem futuro - e ele quer, como toda a gente, levar a vida para a frente.
Desejo-lhe a maior sorte, continuo ao lado, sempre, incentivo-o nesta mudança de rumo. Mas sinto-me amputada do meu braço direito. Sinto que o meu trabalho vai ficar menos azul. Mais escuro.
Bem mais escuros, porém, são os meus pensamentos sobre a política de investigação neste país, o desprezo a que são votadas áreas que deveriam ser acarinhadas porque têm a ver com a valorização e conservação do que é a nossa memória colectiva, o dinheiro que se desbarata em centros de investigação que não cumprem as suas missões, e tanta, tanta coisa sobre a qual evito falar neste espaço...