Um pouco mais de azul

sexta-feira, março 26, 2004

Renas e veados

Nestes últimos dias, fruto de uma imensa necessidade de relaxar antes de voltar a arregaçar as mangas e regressar em pleno ao trabalho (melhor, a uma parte do trabalho, a que faço em casa), tenho passado muito tempo a ler blogs e os respectivos comentários. O blog citado é um assumido blog gay. Não gosto do eufemismo inglês: é o blog de dois homossexuais. Um deles, o Boss, é um activo comentador de vários blogs. Ontem à noite li tantas coisas escritas por ele, sobretudo em comentários deixados no Midrash, que resolvi escrever aqui a este respeito.
Devo começar por dizer que não entendo a homossexualidade. Não a estou a julgar, não estou a ser homofóbica ou coisa parecida, apenas a confessar que não percebo que graça pode achar uma mulher noutra mulher, um homem noutro homem; não entendo, pronto. Não sou assim. Mas o facto de eu não ser assim nem entender não significa que aponte o dedo a quem o é ou o olhe de lado por causa disso.
Também devo dizer que o meu contacto com o mundo da homossexualidade é muito pouco, e que tenho uma certa repulsa por comportamentos "abichanados", por paradas gays, etc. (Também tenho o receio de poder ferir a susceptibilidade de alguém ao dizer isto, mas a minha intenção não é escrever algo "politicamente correcto", e sim ser sincera).
Porque me meti eu, afinal, neste tema? Porque ler o que o Boss escreve, no blog e mais ainda nos seus comentários, me tem feito reflectir. Pela primeira vez, leio o que pensa um homossexual que se assume como tal e fala com imensa sinceridade, inteligência e sensibilidade. Pela sua postura, pelo que escreve e como escreve, criei um enorme respeito por este homem (que não faço ideia quem seja, diga-se). E olho, agora, para o "mundo gay", chamemos-lhe assim, de uma forma diferente, com muito mais respeito, muito mais de igual para igual. Obrigada, Boss.


 
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