Um pouco mais de azul

quinta-feira, maio 26, 2005

Um livro, um blog

Tenho um livro aqui ao meu lado. Tem uma capa preta com letras brancas, muito bonita. Chama-se As Ruínas Circulares, e o seu autor tem por nome João Pedro da Costa. É o primeiro livro nascido de um blog que compro. Não podia falhar. Nem a curiosidade ser maior.
Mal o vi na caixa do correio (e com que rapidez ele chegou, via loja do Paulo Querido), não o larguei. Vi-o página a página, li-o na diagonal, ávida de encontrar certos textos que especialmente me marcaram, encantada com as imagens que o ilustram. Voltei a dar gargalhadas com alguns posts. Acima de tudo, ouvi os ecos de todos os comentários e dos risos, os que efectivamente ri e os que senti que os outros comentadores riram também. Recordei barrigadas de humor, momentos em que tive mesmo dores de barriga por causa de tanta gargalhada (não, não estou a exagerar). A exposição dos coelhos suicidas (estamos lá todos!). O jacarandá (desacompanhado da rave-party que em seu redor aconteceu, fica tão solitário...). Tudo o que você sempre quis saber sobre o Xau Silvestre (nunca olho para uma prateleira de detergentes em que esteja o Xau sem sorrir feita pateta). As fantásticas t-shirts que o João ofereceu a tantos bloggers (um dia tenho de mandar fazer a minha, em duas versões - adulto e criança). Os belíssimos contos, mini-contos e poemas (recordo especialmente os versos lindos sobre as maçãs que desafiam a lei da gravidade e, em lugar de cairem ao chão, caem sobre quem mais amamos - por falar nisso, João, lembras-te de um certo pedido meu?).
Não sei se a passagem de blogs a livros é o caminho mais acertado, se cada um não devia permanecer no suporte para o qual foi concebido. Sobretudo no caso dos blogs onde a interactividade com os leitores é muito grande, como é o caso deste. As Ruínas Circulares não são o exemplo que me permitirá fazer tal juízo. Conheço demasiado bem o blog. Participei com demasiada intensidade nele, dia após dia, para conseguir ler o livro sem, como acima disse, ouvir os ecos de quanto se passou nos "bastidores" daqueles textos. Acho que vou imprimir os comentários de todos os posts editados e guardá-los ao pé dos textos. O livro vai ficar deformado com tantas folhas, mas paciência. Não sou capaz de desligar livro e blog. E, por isso, de recordar os melhores tempos vividos na minha blogosfera, aos quais As Ruínas estão indissoluvelmente ligadas.
Este livro vai ter um lugar especial na minha estante, depois de devidamente autografado pelo autor, claro está. O lugar que o blog (e não só o blog) ocupa nos meus afectos. Muitos parabéns, João!


 
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