Primavera
Recolho deste blog uma citação de Baudoin (não faço ideia quem seja, assim de repente; também não interessa) sobre a Primavera:
"Mais l’air du printemps est une chose souple et tendre.
Les pores s’ouvrent, tout l’espace entre
en nous et nous nous répandons délicieusement en lui."
O dia está lindo. A luz que torna a cidade onde vivo tão especial na Primavera entra a rodos pela varanda do meu escritório. Uma vontade imensa de mandar o trabalho à fava e sair para passear, para deixar a Primavera entrar pelos meus poros e pelos olhos adentro invade-me. Preciso de convocar todas as minhas forças, mais a inspiração da musa, para me impedir de o fazer. No final da semana terei ganho o direito a passear. Agora há que me concentrar nos papéis que cobrem, de novo, esta secretária. Encontro uma citação apropriada ao lado da já indicada: "Je suis le germe du désordre", diz Paul Éluard; referir-se-ia ele a estes papéis invasores? Ou a mim?
Jorge Palma canta. Há pouco, era a "Estrela do Mar" - o que ainda me dava mais vontade de ir para a praia, procurar rochedos com pocinhas onde houvesse estrelas do mar, ouriços, anémonas de longos tentáculos. Era assim a praia da minha infância, no norte, povoada de rochas que escondiam mil criaturas do mar e cheirando ao cheiro forte do sargaço. Nenhum outro mar tem o cheiro do mar da minha infância.
"Mais l’air du printemps est une chose souple et tendre.
Les pores s’ouvrent, tout l’espace entre
en nous et nous nous répandons délicieusement en lui."
O dia está lindo. A luz que torna a cidade onde vivo tão especial na Primavera entra a rodos pela varanda do meu escritório. Uma vontade imensa de mandar o trabalho à fava e sair para passear, para deixar a Primavera entrar pelos meus poros e pelos olhos adentro invade-me. Preciso de convocar todas as minhas forças, mais a inspiração da musa, para me impedir de o fazer. No final da semana terei ganho o direito a passear. Agora há que me concentrar nos papéis que cobrem, de novo, esta secretária. Encontro uma citação apropriada ao lado da já indicada: "Je suis le germe du désordre", diz Paul Éluard; referir-se-ia ele a estes papéis invasores? Ou a mim?
Jorge Palma canta. Há pouco, era a "Estrela do Mar" - o que ainda me dava mais vontade de ir para a praia, procurar rochedos com pocinhas onde houvesse estrelas do mar, ouriços, anémonas de longos tentáculos. Era assim a praia da minha infância, no norte, povoada de rochas que escondiam mil criaturas do mar e cheirando ao cheiro forte do sargaço. Nenhum outro mar tem o cheiro do mar da minha infância.