Um pouco mais de azul

domingo, março 13, 2005

Se eu pudesse...

Quantas vezes impediria que certas conversas tivessem lugar, porque cada palavra dói como uma punhalada dirigida ao coração. Que certas feridas doessem, mas têm mesmo de doer, porque só assim se curam - o álcool tem de arder para curar, como me diziam quando, pequena, me desinfectavam as feriditas que invariavelmente povoavam os meus joelhos e cotovelos. Que certos medos tivessem de ser enfrentados, não bastando um beijo para os fazer desaparecer, como os medos dos meninos à noite, entre as sombras dos seus quartos.
Se eu pudesse... mas não posso. Ninguém pode. Para ajudar, só posso oferecer a minha mão, os meus braços abertos.


 
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