Cheiros, sabores e memória
Ao ler este texto da Emiéle, fiquei com vontade de escrever sobre o mesmo tema, desenvolvendo o que deixei como comentário no Afixe. A memória de cheiros e sabores e como nunca encontramos nada que corresponda a eles, mesmo quando usamos os mesmos ingredientes, as mesmas receitas ou estamos nos mesmos lugares.
Nenhum mar cheira ao mar da minha infância, nem mesmo quando regresso àquelas praias. Falto eu, pequena, a brincar na areia e na água. Faltam os lanches que a minha mãe levava para a praia. Falta tudo...
Nenhuma marmelada sabe àquela que a minha avó fazia. As primeiras taças a receberem a compota eram duas, muito pequeninas, que a minha irmã e eu comíamos com delícia - com a gulodice que ainda consigo sentir a cada vez que, por exemplo, rapo a massa crua de um bolo. Essa marmelada feita guloseima ainda morna, nunca mais a encontrei.
Nenhuma casa tem o cheiro da nossa casa da praia, cheiro a bafio dos longos meses fechada à mistura com o odor de maresia que o vento norte fazia infiltrar dentro dela.
Cheiros, sabores, memória. De que cheiros e sabores se recordará um dia a minha filha?
Nenhum mar cheira ao mar da minha infância, nem mesmo quando regresso àquelas praias. Falto eu, pequena, a brincar na areia e na água. Faltam os lanches que a minha mãe levava para a praia. Falta tudo...
Nenhuma marmelada sabe àquela que a minha avó fazia. As primeiras taças a receberem a compota eram duas, muito pequeninas, que a minha irmã e eu comíamos com delícia - com a gulodice que ainda consigo sentir a cada vez que, por exemplo, rapo a massa crua de um bolo. Essa marmelada feita guloseima ainda morna, nunca mais a encontrei.
Nenhuma casa tem o cheiro da nossa casa da praia, cheiro a bafio dos longos meses fechada à mistura com o odor de maresia que o vento norte fazia infiltrar dentro dela.
Cheiros, sabores, memória. De que cheiros e sabores se recordará um dia a minha filha?