E la nave và...
A nave vai, mas desgovernada, ao sabor da incompetência.
Um ministro anuncia uma coisa, outro o contraria, ou então é o presidente da república que diz não aceitar o anunciado. Descobre-se a galinha dos ovos de ouro no fim dos PPRs e PPHs, como se quem os fizesse não fossem precisamente aqueles que vão conseguindo amealhar uns cobrezitos a custo no final de cada mês, quantos deles com o salário congelado há dois anos, mas a sofrerem um aumento do custo de vida descongelado. Está-se mesmo a ver o Belmiro de Azevedo a fazer o seu PPH, não está? Ou os que aspiram a 18 000 euros mensais de reforma a preocuparem-se com o PPR?
Há pouco, houve mais um episódio da rocambolesca e inimaginável saga da abertura do ano escolar. A srª ministra atirou para o ar mais uma data, mais uma garantia: até ao dia 30, todos os professores serão colocados... à unha!
Deixem-me cá ver se entendi... Em nove dias, vai-se conseguir fazer à mão o que um sofisticado programa de informática que parece ter custado 600 000 euros não consegue fazer há meses? Ora sebo: se é assim tão simples, porque é que não o fizeram logo que se viu que o programa ia dar bronca, tendo-se resolvido com calma e em tempo normal todos os problemas? Mais ainda: se a coisa se faz à mão, numa emergência, em nove dias, isso deve querer dizer que num mês se resolve nas calmas, sem ser preciso programa nenhum e muito menos por preços astronómicos?
E será que alguém acredita que no dia 30 estará mesmo tudo resolvido? A história do menino que grita "lobo, lobo" vem-me à ideia ao ouvir a srª ministra a anunciar data após data.
A srª ministra frisou que as propostas de alteração às regras do concurso tinham sido aprovadas pelas várias partes interessadas. Esquece, no entanto, que não é isso que está em causa. Ninguém tem falado sequer da mudança de regras do jogo a meio do concurso (parece que aconteceu, assim mo dizem professores amigos). Será que essa proposta de alteração explicitamente referia que se ia introduzir um sistema informático novo que não se sabia se ia funcionar, e que, portanto, toda a gente concordou com isso?
Custa ver como a srª ministra não é capaz de assumir as responsabilidades do seu Ministério neste sarilho. Sacode a água do capote para o governo anterior (que decerto tem culpas), para a empresa de informática (que muitas mais culpas terá), mas é incapaz de dizer que a equipa que dirige falhou. E deixemo-nos de coisas: falhou redondamente. Se a responsabilidade pela forma como este concurso decorreu não pode ser atribuída à actual titular da pasta, ela não tem como fugir à acusação de não ter avaliado convenientemente a gravidade da situação. E isso torna-a responsável. Mas não a ouvi, na sua curta declaração, dizê-lo com todas as letras.
Nem a vi a olhar de frente para as câmaras e a dirigir-se directamente aos afectados por estes problemas. Nem a ouvi pedir desculpa. E cada vez mais sinto que isso faz falta, muita falta. Para mim, faz até a diferença entre lhe dar o benefício da dúvida ou não.
Um ministro anuncia uma coisa, outro o contraria, ou então é o presidente da república que diz não aceitar o anunciado. Descobre-se a galinha dos ovos de ouro no fim dos PPRs e PPHs, como se quem os fizesse não fossem precisamente aqueles que vão conseguindo amealhar uns cobrezitos a custo no final de cada mês, quantos deles com o salário congelado há dois anos, mas a sofrerem um aumento do custo de vida descongelado. Está-se mesmo a ver o Belmiro de Azevedo a fazer o seu PPH, não está? Ou os que aspiram a 18 000 euros mensais de reforma a preocuparem-se com o PPR?
Há pouco, houve mais um episódio da rocambolesca e inimaginável saga da abertura do ano escolar. A srª ministra atirou para o ar mais uma data, mais uma garantia: até ao dia 30, todos os professores serão colocados... à unha!
Deixem-me cá ver se entendi... Em nove dias, vai-se conseguir fazer à mão o que um sofisticado programa de informática que parece ter custado 600 000 euros não consegue fazer há meses? Ora sebo: se é assim tão simples, porque é que não o fizeram logo que se viu que o programa ia dar bronca, tendo-se resolvido com calma e em tempo normal todos os problemas? Mais ainda: se a coisa se faz à mão, numa emergência, em nove dias, isso deve querer dizer que num mês se resolve nas calmas, sem ser preciso programa nenhum e muito menos por preços astronómicos?
E será que alguém acredita que no dia 30 estará mesmo tudo resolvido? A história do menino que grita "lobo, lobo" vem-me à ideia ao ouvir a srª ministra a anunciar data após data.
A srª ministra frisou que as propostas de alteração às regras do concurso tinham sido aprovadas pelas várias partes interessadas. Esquece, no entanto, que não é isso que está em causa. Ninguém tem falado sequer da mudança de regras do jogo a meio do concurso (parece que aconteceu, assim mo dizem professores amigos). Será que essa proposta de alteração explicitamente referia que se ia introduzir um sistema informático novo que não se sabia se ia funcionar, e que, portanto, toda a gente concordou com isso?
Custa ver como a srª ministra não é capaz de assumir as responsabilidades do seu Ministério neste sarilho. Sacode a água do capote para o governo anterior (que decerto tem culpas), para a empresa de informática (que muitas mais culpas terá), mas é incapaz de dizer que a equipa que dirige falhou. E deixemo-nos de coisas: falhou redondamente. Se a responsabilidade pela forma como este concurso decorreu não pode ser atribuída à actual titular da pasta, ela não tem como fugir à acusação de não ter avaliado convenientemente a gravidade da situação. E isso torna-a responsável. Mas não a ouvi, na sua curta declaração, dizê-lo com todas as letras.
Nem a vi a olhar de frente para as câmaras e a dirigir-se directamente aos afectados por estes problemas. Nem a ouvi pedir desculpa. E cada vez mais sinto que isso faz falta, muita falta. Para mim, faz até a diferença entre lhe dar o benefício da dúvida ou não.