Castelos de cartas
Continuo a tentar perceber o que se passa com a lista de colocação dos professores. Vou encontrando dados interessantes. Pelo Blasfémias, chego aqui. O Causa Nossa desvenda mais uns segredos. No Network, leio mais isto.
Junto tudo ao que a senhora ministra disse ontem e ao silêncio incómodo, pesado, que reina sobre esta matéria. Lembro-me do pouco que sei sobre bases de dados, sobre como é complicado afinar os programas, como aparecem erros insuspeitados onde ninguém os imaginaria, como é fácil que tudo encrenque, sobretudo quando se trabalha sob uma enorme pressão. Como o tempo longo é necessário para testar, corrigir, voltar a testar, voltar a modificar, vezes sem conta. Se eu, que nada percebo de informática nem das regras dos concursos de professores, entendo isto, como é que os responsáveis pelo programa, pelos recursos humanos, pelo ministério não entendem?
Há várias perguntas essenciais que têm de ser respondidas, e o mais rapidamente possível.
1) Porque é que se mudou de programa, para algo novo e sem eficácia comprovada?
2) Será que é mesmo possível este programa vir a colocar professores como deve ser?
3) O que é que se faz se estes erros, novos erros e ainda mais erros continuarem a surgir? Ficam os professores por colocar e as crianças sem aulas indefinidamente'
4) De que está à espera o anterior ministro, que tão incomodado se dizia, para explicar o que é que afinal provocou uma tal situação?
5) De que é que está à espera a actual ministra para explicar, também ela (e se calhar devia fazê-lo com David Justino ao lado), o que se passa e o que se pode esperar? Para dar satisfações aos 50 000 professores que não estão colocados ainda, nem sabem quando estarão?
6) Também não seria mau começar-se a pensar no que se vai fazer relativamente aos prejuízos sérios que esta situação provoca a muitos professores; pensar nas consequências e ver de que maneira podem ser colmatadas.
A sensação com que fico, no final de todas as leituras que fiz, é a de que o Ministério da Educação não é senão um castelo de cartas, empilhadas ao longo de anos e anos. Agora está-se a desmoronar.
E continua a faltar o mais elementar: um pedido formal de desculpas por parte do Ministério. Não é casmurrice minha. É uma questão de lisura, de hombridade, de assumir as suas próprias responsabilidades. Não é dizer que o ano começou pessimamente, nem que se lamenta a situação, nem que se está a trabalhar com empenho na tentativa de resolução dos problemas. Não é sequer a ministra demitir-se e abandonar o barco sem ninguém ao leme (que o faça depois de resolvidos os problemas, não antes; ou o faça se reconhecer que não é capaz, ela e a sua equipa, de os resolver). Isso não substitui nem anula a necessidade do que disse. Do pedido de desculpas.
Junto tudo ao que a senhora ministra disse ontem e ao silêncio incómodo, pesado, que reina sobre esta matéria. Lembro-me do pouco que sei sobre bases de dados, sobre como é complicado afinar os programas, como aparecem erros insuspeitados onde ninguém os imaginaria, como é fácil que tudo encrenque, sobretudo quando se trabalha sob uma enorme pressão. Como o tempo longo é necessário para testar, corrigir, voltar a testar, voltar a modificar, vezes sem conta. Se eu, que nada percebo de informática nem das regras dos concursos de professores, entendo isto, como é que os responsáveis pelo programa, pelos recursos humanos, pelo ministério não entendem?
Há várias perguntas essenciais que têm de ser respondidas, e o mais rapidamente possível.
1) Porque é que se mudou de programa, para algo novo e sem eficácia comprovada?
2) Será que é mesmo possível este programa vir a colocar professores como deve ser?
3) O que é que se faz se estes erros, novos erros e ainda mais erros continuarem a surgir? Ficam os professores por colocar e as crianças sem aulas indefinidamente'
4) De que está à espera o anterior ministro, que tão incomodado se dizia, para explicar o que é que afinal provocou uma tal situação?
5) De que é que está à espera a actual ministra para explicar, também ela (e se calhar devia fazê-lo com David Justino ao lado), o que se passa e o que se pode esperar? Para dar satisfações aos 50 000 professores que não estão colocados ainda, nem sabem quando estarão?
6) Também não seria mau começar-se a pensar no que se vai fazer relativamente aos prejuízos sérios que esta situação provoca a muitos professores; pensar nas consequências e ver de que maneira podem ser colmatadas.
A sensação com que fico, no final de todas as leituras que fiz, é a de que o Ministério da Educação não é senão um castelo de cartas, empilhadas ao longo de anos e anos. Agora está-se a desmoronar.
E continua a faltar o mais elementar: um pedido formal de desculpas por parte do Ministério. Não é casmurrice minha. É uma questão de lisura, de hombridade, de assumir as suas próprias responsabilidades. Não é dizer que o ano começou pessimamente, nem que se lamenta a situação, nem que se está a trabalhar com empenho na tentativa de resolução dos problemas. Não é sequer a ministra demitir-se e abandonar o barco sem ninguém ao leme (que o faça depois de resolvidos os problemas, não antes; ou o faça se reconhecer que não é capaz, ela e a sua equipa, de os resolver). Isso não substitui nem anula a necessidade do que disse. Do pedido de desculpas.