Um pouco mais de azul

quinta-feira, setembro 16, 2004

Afinal não sou só eu

Mais um desabafo indignado sobre o início do novo ano escolar no Contra a Corrente, um dos blogs que gosto muito de ler, diga-se de passagem. Concorde ou não com o que diz o McGuffin, as suas opiniões são inteligentes e tem um grande sentido de humor; ainda por cima é resmungão, pequeno defeito que partilho e que, logicamente, considero quase virtude. É verdade: foi ele quem há tempos teceu as considerações mais coincidentes com as minhas no tocante à questão do aborto.
Mas já me estou a dispersar. "Retournons à nos moutons", ou seja, ao início de ano escolar surreal.
Fiquei a saber pelo Uns e Outros (blog completamente diferente do anteriormente citado, sereno, intimista, inegavelmente bonito, por onde também costumo passar) que há hoje uma manifestação de professores que se vão apresentar ao serviço em frente ao Ministério da Educação. Manifestem-se. Façam-se ouvir. Lutem pelos vossos direitos e pela dignidade da vossa profissão. Mas, por favor, não vão para lá cantar rimas de pé quebrado e dançar o "vira". De folclore estamos todos fartos, e é mais do que tempo que os professores mostrem que devem ser respeitados. Porque não duvido que a fraca imagem que a opinião pública tem da classe professoral é em grande medida responsável pela falta de interesse dos media relativamente à situação que se está a passar.
Caramba, se o caso de meia centena de turistas portugueses em riscos de poderem ser apanhados por um furacão nas Caraíbas mobiliza a atenção dos jornalistas, que fizeram reportagens em directo e gastaram uma data de tempo de antena com isso, porque é que tão pouco relevo se dá à situação dos professores deste país e à vergonhosa actuação do Ministério? (note-se que hoje não vi nenhum telejornal, pelo que corro o risco de estar a ser injusta; mas, não sei porquê, duvido que esteja).


 
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