"Fui-o outrora agora..."
Tem havido no Holocénico e aqui (nos muitos comentários a vários posts anteriores) umas saborosas conversas em torno do tempo e da sua percepção, da memória, da nostalgia. Fizeram-me lembrar deste poema de Pessoa. Aqui fica, com votos de um domingo azul.
Pobre velha música!
Não sei porque agrado,
Enche-se de lágrimas
Meu olhar parado.
Recordo outro ouvir-te.
Não sei se te ouvi
Nessa minha infância
Que me lembra em ti.
Com que ânsia tão raiva
Quero aquele outrora!
E eu era feliz? Não sei:
Fui-o outrora agora.
Pobre velha música!
Não sei porque agrado,
Enche-se de lágrimas
Meu olhar parado.
Recordo outro ouvir-te.
Não sei se te ouvi
Nessa minha infância
Que me lembra em ti.
Com que ânsia tão raiva
Quero aquele outrora!
E eu era feliz? Não sei:
Fui-o outrora agora.