Enquanto o ADSL "dorme"
Hoje, o ADSL falhou-me. E é nestes momentos de obrigatório afastamento da net que me dou verdadeiramente conta de como a possibilidade de lhe aceder e de escrever aqui tem sido profiláctico e uma forma de iludir a solidão a que o trabalho intelectual obriga.
Dia após dia, noite após noite, há anos já, esta é a minha rotina quase diária: o trabalho na tese. Em horário pós-laboral, na maioria dos casos, pois não sou bolseira de doutoramento.
Dou-me conta, neste momento em que a tese está a chegar ao fim, que as primeiras páginas que escrevi têm já três anos. Foi precisamente em Janeiro de 2002 que as comecei a alinhavar. Ainda me recordo de dizer, com a alegria de quem via uma nova fase do trabalho iniciar-se, que já tinha seis páginas escritas. Quantas, entretanto, se lhes juntaram, quase sempre nascidas aqui, no meu escritório.
É neste cantinho que gosto de trabalhar. Aqui, onde tenho a minha música, os meus livros, o horizonte amplo da minha varanda ensolarada. Aqui, onde há sempre espaço para a minha filha entrar e vir dar-me um, muitos beijos, ou aninhar-se entre almofadas num cantinho que criou ao pé da mãe. Aqui, onde posso estar vestida com roupa velha e confortável, de chinelos e manta sobre as pernas, de pernas debaixo do rabo ou com ambas em cima da secretária (se houver espaço), a comer ou a roer para que os neurónios trabalhem, apurados. De uma forma impossível de estar em qualquer biblioteca, arquivo ou sala de estudo.
Nestas quatro paredes da minha casa, de que tantas vezes me senti prisioneira, a net tem sido, muitas vezes, uma janela para fora. A forma mais fácil de contactar amigos, via mail ou MSN. De me pôr a par de notícias graças aos jornais on-line ou aos blogs. De conversar em caixas de comentários, quando levanto os olhos do trabalho ou este, simplesmente, não rende.
Neste momento em que o modem deixou de funcionar, dou comigo com vontade de fazer um desses intervalos, espreitar o que os blogs do costume possam ter de novo, descansar um pouco do moroso e interminável trabalho de revisão. Em lugar disso, escrevo.
Dia após dia, noite após noite, há anos já, esta é a minha rotina quase diária: o trabalho na tese. Em horário pós-laboral, na maioria dos casos, pois não sou bolseira de doutoramento.
Dou-me conta, neste momento em que a tese está a chegar ao fim, que as primeiras páginas que escrevi têm já três anos. Foi precisamente em Janeiro de 2002 que as comecei a alinhavar. Ainda me recordo de dizer, com a alegria de quem via uma nova fase do trabalho iniciar-se, que já tinha seis páginas escritas. Quantas, entretanto, se lhes juntaram, quase sempre nascidas aqui, no meu escritório.
É neste cantinho que gosto de trabalhar. Aqui, onde tenho a minha música, os meus livros, o horizonte amplo da minha varanda ensolarada. Aqui, onde há sempre espaço para a minha filha entrar e vir dar-me um, muitos beijos, ou aninhar-se entre almofadas num cantinho que criou ao pé da mãe. Aqui, onde posso estar vestida com roupa velha e confortável, de chinelos e manta sobre as pernas, de pernas debaixo do rabo ou com ambas em cima da secretária (se houver espaço), a comer ou a roer para que os neurónios trabalhem, apurados. De uma forma impossível de estar em qualquer biblioteca, arquivo ou sala de estudo.
Nestas quatro paredes da minha casa, de que tantas vezes me senti prisioneira, a net tem sido, muitas vezes, uma janela para fora. A forma mais fácil de contactar amigos, via mail ou MSN. De me pôr a par de notícias graças aos jornais on-line ou aos blogs. De conversar em caixas de comentários, quando levanto os olhos do trabalho ou este, simplesmente, não rende.
Neste momento em que o modem deixou de funcionar, dou comigo com vontade de fazer um desses intervalos, espreitar o que os blogs do costume possam ter de novo, descansar um pouco do moroso e interminável trabalho de revisão. Em lugar disso, escrevo.