Um pouco mais de azul

segunda-feira, outubro 25, 2004

Mahler

O Windows Media Player vai debitando as músicas que tenho no computador, e de repente... De repente, soam os acordes familiares de uma música dorida, feita de notas dilaceradas, ouvida tantas e tantas vezes seguidas que passou a ser parte de mim. Música em carne viva, repleta de memórias dolorosas, confusas, consoladoras. Noites e dias de irrealidade, de lágrimas e soluços, de promessas raivosas e convictas de dias melhores. Noites em branco, povoadas de fantasmas, de dolorosa solidão afogada em abraços a mim. Noite de outros abraços, noite estrelada, irreal, fugitiva, nas sombras de um Alentejo adormecido.
Adagietto da 5ª sinfonia de Mahler. Nesta música, tanto, tanto da minha vida. Percebo, neste instante, que essa dor já passou. Algures, sem dar por ela, virou-se definitivamente a página.

(E por um capricho informático a que sou totalmente alheia, segue-se REM, e dou comigo a dançar com "a man on the moon".)


 
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