Um pouco mais de azul

sábado, agosto 07, 2004

Hoje

Acordei às 2 da tarde. Ninguém me fez barulho, ninguém ligou a tv, ninguém veio aos pulos para o meu quarto a encher-me de beijos e a dizer "mãe, tenho fome!". Como o telefone não tocou, dormi até acordar por mim, pus o sono em dia.
No entanto, bastante mais cedo, um som impusera-se no meio dos meus sonhos, trazendo-me ecos da minha infância: a gaita de beiços de um amola-tesouras-e-navalhas. Naquele estado entre o sono e o acordar, lembro-me de ter pensado que era uma coisa mesmo estranha com a qual sonhar. Não era sonho, porém, o som era mesmo real. Continuei preguiçosamente deitada, recordando a minha avó, quando dizia que o som da gaita do amolador anunciava chuva. Voltei a adormecer mal a cantilena se calou. E o dia, contradizendo a velha superstição, esteve belíssimo. As nuvens pareciam ter sido desenhadas por artistas.


 
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