Pensamentos desgarrados
Hoje, um dos raros dias em que dormi quanto me apeteceu, sinto-me ensonada, mole. A capacidade de trabalho está afectada, e dou comigo a pensar coisas várias que me apetece registar aqui.
A minha ausência total de espírito missionário. Outro dia zanguei-me com uns ateus cibernáuticos. No entanto, nem por um momento me passou pela cabeça convertê-los. Nem sou capaz de o fazer a ninguém. Tentar convencer outrem que Deus existe? Só sou capaz de explicar porque é que eu acredito n'Ele, mais nada. Tentar convencer outra pessoa que a Igreja católica é a verdadeira? Como, se não creio que nenhuma religião seja propriamente falsa, mas que há, isso sim, várias maneiras de abordar o divino?
A minha melancolia face ao país em que vivo. Mantenho a vontade de tirar a bandeira da janela. Por outro lado, fazê-lo agora significaria, de alguma forma, desistir de acreditar. E, bolas, não sou capaz de o fazer - ou vou começar à procura de emprego noutro lado (dúvida existencial: o meu quase-doutoramento poderá ser uma mais-valia nas Grenadines?).
Momento fútil: andei nas compras - nos saldos, sim, que a vida está cara e o meu ordenado não aumenta há dois anos nem um mísero centimozito. Soube bem escolher roupa gira, comprar sapatos elegantes, e sair para o bailado da minha filha de toilette nova, a sentir-me bonita. Faz um bem desgraçado ao ego.
Olha, será que é disso que Portugal precisa? A roupa para o país seriam políticos novos - mas esses nem no início da estação se encontram, quanto mais nos saldos... Vou imaginar o Santana Lopes como artigo de saldo. A política tem andado a livrar-se dos restos das colecções de anos anteriores, e está a chegar àquele momento em que já não há nada de jeito à venda. Esperemos que não tarde muito a chegar a nova colecção - nova mesmo, e diferente; não me refiro a uma colecção nova só por fora, mas por dentro, refiro-me a uma alma renovada. Dois anos, será suficiente para a mudança? Por outro lado, será preciso tanto tempo? Mais ainda, será possível?
Antes que fique neura a pensar nestas coisas, vou é deixar-me de metáforas e ouvir Chet Baker. E lançar-me à tese.
A minha ausência total de espírito missionário. Outro dia zanguei-me com uns ateus cibernáuticos. No entanto, nem por um momento me passou pela cabeça convertê-los. Nem sou capaz de o fazer a ninguém. Tentar convencer outrem que Deus existe? Só sou capaz de explicar porque é que eu acredito n'Ele, mais nada. Tentar convencer outra pessoa que a Igreja católica é a verdadeira? Como, se não creio que nenhuma religião seja propriamente falsa, mas que há, isso sim, várias maneiras de abordar o divino?
A minha melancolia face ao país em que vivo. Mantenho a vontade de tirar a bandeira da janela. Por outro lado, fazê-lo agora significaria, de alguma forma, desistir de acreditar. E, bolas, não sou capaz de o fazer - ou vou começar à procura de emprego noutro lado (dúvida existencial: o meu quase-doutoramento poderá ser uma mais-valia nas Grenadines?).
Momento fútil: andei nas compras - nos saldos, sim, que a vida está cara e o meu ordenado não aumenta há dois anos nem um mísero centimozito. Soube bem escolher roupa gira, comprar sapatos elegantes, e sair para o bailado da minha filha de toilette nova, a sentir-me bonita. Faz um bem desgraçado ao ego.
Olha, será que é disso que Portugal precisa? A roupa para o país seriam políticos novos - mas esses nem no início da estação se encontram, quanto mais nos saldos... Vou imaginar o Santana Lopes como artigo de saldo. A política tem andado a livrar-se dos restos das colecções de anos anteriores, e está a chegar àquele momento em que já não há nada de jeito à venda. Esperemos que não tarde muito a chegar a nova colecção - nova mesmo, e diferente; não me refiro a uma colecção nova só por fora, mas por dentro, refiro-me a uma alma renovada. Dois anos, será suficiente para a mudança? Por outro lado, será preciso tanto tempo? Mais ainda, será possível?
Antes que fique neura a pensar nestas coisas, vou é deixar-me de metáforas e ouvir Chet Baker. E lançar-me à tese.