Um pouco mais de azul

quarta-feira, junho 02, 2004

Será que está tudo doido?

Ainda mais do que eu já achava que estava? Ou será que passaram o dia dos disparates para 2 de Junho?
Ora vejam esta notícia do Público. Então agora começa a falar-se de quotas de homens no acesso às Faculdades de Medicina? Porque são mais as mulheres a entrar do que os homens? Então isso não prova apenas que muitas raparigas têm melhores notas, porque se dedicam mais ao estudo no secundário do que os rapazes, como já é sabido, aliás? Os homens, coitadinhos, precisam de quotas para entrar nos cursos?
Esclareço desde já que acho imbecis os critérios de selecção dos candidatos ao ensino superior. Não acredito em médias de 18 ou 19. Não acredito em milhares de candidatos que as alcançam anualmente, que não falham com o nervosismo dos exames. Acho que se estão a criar robots adaptados para responder automaticamente a questões, não jovens com espírito crítico, capacidade de raciocínio, etc, etc. Mas se as regras do jogo são estas, rapazes e raparigas devem estar em igualdade de circunstâncias, ora! Outra coisa fará sentido? Outra coisa não será mais que um disparate pegado, fruto de machismos idiotas?
Lê-se no jornal, também, uma entrevista com alguém que defende a presença dessas quotas (homem, claro está). E o que diz é, para mim, de bradar aos céus! A maternidade impede a dedicação plena das médicas? A gravidez passou a obstáculo? Não venham com tretas (como se diz nessa entrevista) de que uma licença de parto estraga a possibilidade de uma carreira cirúrgica - se calhar alguma coisa está errada com tal carreira, se é impossível ser interrompida durante 4 meses... Se for um homem que parta uma perna e demore igual tempo a recuperar já não haverá problema de retomar a carreira?
O grande problema passa mais por outro lado, a meu ver - também abordado na mesma entrevista. É que isto de um homem ser consultado por uma urologista é capaz de ser vexatório para a sua virilidade... Não atenta contra a feminilidade, no entanto, ser consultada por um ginecologista, pois não? Deixem-se de tretas. Pensem é em formar bons médicos, seja qual for o seu sexo. Pensem em modificar o imbecil sistema de selecção dos candidatos às universidades.

Este texto foi escrito a quente. Fiquei fula ao ler isto. Fula mesmo.


 
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