Um pouco mais de azul

sexta-feira, maio 07, 2004

Músicas e memórias

Penso que acontece a toda a gente associar músicas a acontecimentos ou pessoas. Comigo isso sucede constantemente e sem que eu tenha qualquer voto na matéria. Já aqui me queixei de que ouvir o Until the morning comes dos Tindersticks me fazia pensar em alguém que não merece uma canção tão bonita; o Primeiro beijo do Rui Veloso recorda-me inevitavelmente uma pessoa que costuma ler este blog (será que adivinhará quem é, já que gosta tanto dessa canção?); Enola Gay dos Orchestral Manoeuvres in the Dark é o sol da Foz do Douro num mês de Fevereiro longínquo e o meu primeiro grande (e infeliz) amor.
Os Verdes Anos do Carlos Paredes levam-me sempre, sempre aos meus tempos de estudante universitária e à Queima das Fitas. Às serenatas na Sé Velha, ao pão quente a desoras, a risos, gargalhadas, champagne (cerveja não, obrigada), piqueniques na praia de capa e batina em domingos de garraiada, noites do Parque em que nem importava quem actuava, porque queriamos era dançar, pular, divertirmo-nos. Aos FRA's lançados a preceito. À excelente camaradagem criada entre o grupo que ia no mesmo carro. Aos jantares mais malucos do mundo, acompanhados pelo nosso indecente "hino" e pelo perigosíssimo vinho de Souselas. Às amizades que para sempre ficaram, mesmo que espalhadas pelo país inteiro.
Em tempos de Queima, fica um sorriso de saudade. E os Verdes Anos.


 
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