Um pouco mais de azul

quinta-feira, março 11, 2004

Reflexões em torno do tema do dia

Obviamente, os atentados de Madrid. Claro que vão dar lugar a debates e a declarações de direita e de esquerda, claro que se vão arrotar postas de pescada em torno dos males do imperialismo, da hegemonia castelhana, do terrorismo internacional, da ETA e dos árabes que também dizem estar implicados, etc, etc. Claro que vai haver folclore e guerra de audiências televisivas. E com o que acabo de dizer respondo, de algum modo, à provocatória frase que o Alexandre escreveu, e deu azo aos mais diversos comentários. Claro, também, que a vida vai voltar à sua rotina, depois de passado o choque; tanto entre nós, como em Espanha. Claro, também, que ninguém pode deixar de ficar afectado com as imagens de violência e destruição que nos entram pela casa dentro, vindas de aqui tão perto, nem deixar de reflectir sobre tudo isto. E por isso, não para entrar na onda, nem para tecer profundas considerações de ordem política, falo aqui sobre o assunto. É que aqui eu falo do que me inquieta, do que me vem à cabeça, e hoje estas imagens não me saem da cabeça. Até porque eu tenho amigos em Madrid. Felizmente, estão bem, hoje não estavam lá; mas uma prima deles foi dada como desaparecida, quando tive notícias não sabiam ainda se estava viva ou morta.
Não entendo quem planeia actos destes. Não aceito causas pelas quais se luta desta forma. Não aceito em Espanha, nem nos EUA, nem no Iraque, nem em Israel, nem em lugar nenhum do mundo. Não há direito à auto-determinação que justifique, não há crenças que justifiquem, nada.

(a continuar, talvez)


 
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