Não quero
Não quero chegar aos 80 anos se estiver doente. Não quero ter doenças que me façam deixar de ser eu própria. Não quero o meu corpo cheio de escaras. Não quero depender de outros para viver. Não quero voltar a usar fraldas, nem que tenham de me meter na boca comida passada, como se tivesse voltado a ser bebé. Não quero.
De que vale a longevidade, se é para viver assim? De que vale, por exemplo, ir medicando um doente que sofre de Alzheimer para que o seu coração esteja forte e saudável? Para prolongar o inferno na terra?
Isto não é uma declaração a favor da eutanásia, note-se. É uma questão de bom senso e de humanidade. É uma pergunta que a nossa civilização deve colocar a si própria. Porque cada vez mais há meios que permitem ir prolongando a vida - e nalguns casos bem se pode perguntar: para quê?
Hei-de voltar a este tema quando doer menos.
De que vale a longevidade, se é para viver assim? De que vale, por exemplo, ir medicando um doente que sofre de Alzheimer para que o seu coração esteja forte e saudável? Para prolongar o inferno na terra?
Isto não é uma declaração a favor da eutanásia, note-se. É uma questão de bom senso e de humanidade. É uma pergunta que a nossa civilização deve colocar a si própria. Porque cada vez mais há meios que permitem ir prolongando a vida - e nalguns casos bem se pode perguntar: para quê?
Hei-de voltar a este tema quando doer menos.