Um pouco mais de azul

quinta-feira, novembro 17, 2005

Dias sem história

Gosto dos dias sem história. Daqueles em que nada de especial se passa, mas em que se avança mais um bocadinho numa direcção precisa, rumo a um objectivo. Com calma, sem pressas. Mas com passos seguros.
No fundo, isso prende-se com a questão das primeiras vezes. Têm o sabor delicioso da novidade, mas falta-lhes o gosto do já conhecido que se quer degustar mais e mais, e nos surpreende a cada vez que se repete. Falta-lhes aquela familiaridade que faz as segundas, terceiras, décimas, centésimas, milésimas ou milionésimas vezes tão apetecidas.
Um pouco como quando vemos um filho andar pela primeira vez: que alegria, esses primeiros passos! No entanto, os melhores passos não são esses, mas os que serão dados daí para a frente, com cada vez mais firmeza e confiança, da parte dele, que aprende a andar, e da nossa, que sabemos que ele não cairá por isso; daí em diante, e para sempre, passear com um filho será um prazer sempre renovado.
E por isso, se gosto dos dias com história e das primeiras vezes, gosto ainda mais dos que não a parecem ter e das muitas outras vezes em que se quer viver de novo as alegrias descobertas no dia inicial.


 
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