O outro lado da moeda
Ontem, o meu amigo Sharkinho escreveu uma posta indignada que começava assim, a propósito dos desgraçados que procuravam vir para a Europa e acabaram (os que sobreviveram) largados no deserto:
"São problemas que nos passam ao lado, no santo dia-a-dia de um país onde até os furacões despassarados decidem imolar-se para não perturbar a paz dos senhores.
Até parece mal falar destas coisas, tão confortáveis que nos sentimos enquanto protestamos contra o aumento do custo de vida que nos priva de substituir o "velho" dvd por um modelo mais recente.
Porém, cerca de 500 seres humanos partiram de diversos pontos de um continente algures na mesma galáxia que habitamos. Tinham por objectivo escapar à fome. Apenas sessenta e cinco conseguiram chegar a Marrocos, a última barreira entre a morte pela fome e uma existência clandestina mas com a barriga cheia. Desses, apenas um (!) logrou alcançar o objectivo sonhado.
Seis terão sido liminarmente abatidos, alegadamente pela polícia marroquina.
Os sobreviventes, de acordo com Pepe Alonso, um advogado de Melilla que não tem mais nada que fazer do que pugnar pelos Direitos Humanos, serão abandonados à fome e à sede no deserto, junto à fronteira com a Argélia."
Entre os vários comentários que este texto mereceu, coube ao Eufigénio escrever aquele que mexe nas consciências de cada um:
"(...) Tentaram encurtar a distância até nós, ignorantes, coitados, como se alguma vez isso fosse possível, como se alguma vez nos quisessemos apoquentar com estas merdas de mais perto do que o que a televisão nos mostra. Somos cada vez mais uma praga de consciências voyeuristas, cuja culpa se amortiza em comentários indignados como este meu, neste teu post, num blogue da internet. (...)"
"São problemas que nos passam ao lado, no santo dia-a-dia de um país onde até os furacões despassarados decidem imolar-se para não perturbar a paz dos senhores.
Até parece mal falar destas coisas, tão confortáveis que nos sentimos enquanto protestamos contra o aumento do custo de vida que nos priva de substituir o "velho" dvd por um modelo mais recente.
Porém, cerca de 500 seres humanos partiram de diversos pontos de um continente algures na mesma galáxia que habitamos. Tinham por objectivo escapar à fome. Apenas sessenta e cinco conseguiram chegar a Marrocos, a última barreira entre a morte pela fome e uma existência clandestina mas com a barriga cheia. Desses, apenas um (!) logrou alcançar o objectivo sonhado.
Seis terão sido liminarmente abatidos, alegadamente pela polícia marroquina.
Os sobreviventes, de acordo com Pepe Alonso, um advogado de Melilla que não tem mais nada que fazer do que pugnar pelos Direitos Humanos, serão abandonados à fome e à sede no deserto, junto à fronteira com a Argélia."
Entre os vários comentários que este texto mereceu, coube ao Eufigénio escrever aquele que mexe nas consciências de cada um:
"(...) Tentaram encurtar a distância até nós, ignorantes, coitados, como se alguma vez isso fosse possível, como se alguma vez nos quisessemos apoquentar com estas merdas de mais perto do que o que a televisão nos mostra. Somos cada vez mais uma praga de consciências voyeuristas, cuja culpa se amortiza em comentários indignados como este meu, neste teu post, num blogue da internet. (...)"
A conversa continuou. Com a ideia de que poderemos fazer mais do que simplesmente apresentar comentários indignados. E ficou a sugestão do Shark:
"Gostava que utilizassem a caixa de comentários desta posta para oferecerem sugestões de formas ao nosso alcance para, mesmo sem nos agitarmos muito no sofá, sentirmos (...) o prazer de sabermos que se fez alguma coisa de útil com a blogosfera.
E com a consciência de cada um de nós. Apenas mais um pode fazer toda a diferença."
Pensem e digam, no Charquinho ou mesmo aqui, o que pensaram. Já lá estão endereços de várias organizações que trabalham para minorar a fome e a pobreza no mundo. Acrescentem-nos, sobretudo indicando as formas concretas como se pode ajudar. E digam as vossas ideias; mesmo que pareçam tolas ou irrealistas, quem sabe se não podem ser um ponto de partida para algo mais.
Dei a este post o título O outro lado da moeda. Sigam o link e perceberão porquê.
"Gostava que utilizassem a caixa de comentários desta posta para oferecerem sugestões de formas ao nosso alcance para, mesmo sem nos agitarmos muito no sofá, sentirmos (...) o prazer de sabermos que se fez alguma coisa de útil com a blogosfera.
E com a consciência de cada um de nós. Apenas mais um pode fazer toda a diferença."
Pensem e digam, no Charquinho ou mesmo aqui, o que pensaram. Já lá estão endereços de várias organizações que trabalham para minorar a fome e a pobreza no mundo. Acrescentem-nos, sobretudo indicando as formas concretas como se pode ajudar. E digam as vossas ideias; mesmo que pareçam tolas ou irrealistas, quem sabe se não podem ser um ponto de partida para algo mais.
Dei a este post o título O outro lado da moeda. Sigam o link e perceberão porquê.