Um pouco mais de azul

segunda-feira, junho 13, 2005

P. - ou a prova provada de que sou doida varrida

No chão da cozinha estende-se um pequeno e felpudo "tapete" castanho. É o P., o mais recente membro da família. Chegou hoje a casa, em cumprimento de uma promessa feita há meses, quando o Pluto morreu. É o cachorrinho mais meigo e patusco que já vi; abana o rabito com toda a força ao ver-nos, dá lambidelas com a pontinha de uma minúscula língua cor-de-rosa, gosta de dormir no frio chão da cozinha, parecendo, como disse, um tapete peludo. É, também, o maior ninho de pulgas que já vi. Hoje foi um dia de estreias: foi o primeiro banho que dei a um cão, e a primeira vez que vi uma colónia de mais de uma centena de pulgas. Digo ou escrevo a palavra "pulga" e sinto comichão pelo corpo todo. Com licença, vou tomar banho.

Post scriptum - O P. é a prova provada da minha insanidade mental. O P. é a razão do sorriso mais radioso da minha filha. Esse sorriso, o ar responsável com que lida com o cãozinho, o que sei que aprenderá com ele e como o merece pesam mais na balança do que o trabalho que um cão dá, a prisão que constitui. Ou seja, acho que vale a pena ser doida varrida. Esperemos que continue a achar, por muitos e bons anos.


 
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