Momentos
Há momentos em que apetece especialmente escrever no blog. São precisamente os momentos em que é melhor não o fazer. Caso contrário, sai post intimista, cheio de desânimo, dúvidas, alguma mágoa, algum receio.
Não tem piada ter de passar a tomar a porcaria de remédio que acabo de trazer da farmácia (nem é nada de especial, mas de repente senti-me envelhecida). Cria-se-me um nó na garganta ao perceber como a minha filha está a ser afectada pelo meu trabalho em demasia, pelos fins-de-semana dedicados à tese, com tempo para ela, sempre, mas não com tempo para sair, passear, brincar sem pensar em trabalho. Revolta-me saber que há quem o possa fazer por mim, quem tenha o dever de o fazer, quem devia ter todo o gosto em o fazer - e nada. Serviços mínimos apenas, e mesmo assim...
Anoiteceu, e nesta casa sente-se um frio que não tem a ver com a temperatura, que desce de dia para dia. Daqui a nada, felizmente, a campainha vai tocar, e o frio, como por encanto, desaparecerá ao som de uma vozinha meiga.
Há mesmo momentos em que é melhor não escrever no blog.
Não tem piada ter de passar a tomar a porcaria de remédio que acabo de trazer da farmácia (nem é nada de especial, mas de repente senti-me envelhecida). Cria-se-me um nó na garganta ao perceber como a minha filha está a ser afectada pelo meu trabalho em demasia, pelos fins-de-semana dedicados à tese, com tempo para ela, sempre, mas não com tempo para sair, passear, brincar sem pensar em trabalho. Revolta-me saber que há quem o possa fazer por mim, quem tenha o dever de o fazer, quem devia ter todo o gosto em o fazer - e nada. Serviços mínimos apenas, e mesmo assim...
Anoiteceu, e nesta casa sente-se um frio que não tem a ver com a temperatura, que desce de dia para dia. Daqui a nada, felizmente, a campainha vai tocar, e o frio, como por encanto, desaparecerá ao som de uma vozinha meiga.
Há mesmo momentos em que é melhor não escrever no blog.