Um pouco mais de azul

quinta-feira, junho 24, 2004

Porque hoje isto é especialmente verdade

Outro dia, vieram-me as lágrimas aos olhos ao ler um texto da Catarina (sem link, pelas razões já apontadas) sobre o que é ser mãe sozinha. Hoje, por uma série de razões que não interessa explicar, sinto especialmente o peso de ser mãe sozinha. E em lugar de encontrar outras palavras para traduzir o que tal significa, uso as dela, que tão bem dizem o que há para dizer.

"Ser mãe sozinha não é não ter mais ninguém que carregue os sacos de supermercado. Não é dar banhos todos os dias e fazer jantares e brincar e ajudar nos trabalhos de casa e deitar e ler histórias e dar beijinhos e palmadas e ralhar sem ajuda. Ou levar e buscar os filhos à escola, correr de um lado sempre sem tempo. Preocupar-se com doenças e pediatras e vacinas e remédios e dividir-se em duas quando é preciso abraçar um bebé doente e fazer um banho morno e limpar o vomitado do chão e mudar a cama a meio da noite. Levar os filhos ao parque infantil e inventar passeios para os dias de chuva nos fins de semana. (...)

Não. Ser mãe sozinha pode ser assim, mas não é isso.

Ser mãe sozinha é (pelo menos para mim) ver mães que não são sozinhas, ver os seus filhos, olhar para o meu e pensar: esta criança tem uma dor no coração. Pode ser pequena ou minimizada, pode nem dar por isso. Mas tem. É o desespero e a responsabilidade de saber que depende de mim que, apesar de ter essa dor, o meu filho cresça feliz."


 
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