Um pouco mais de azul

segunda-feira, junho 27, 2005

Pais e filhos

"Após cada novo encontro fica, cada vez mais, o sentimento de uma nova separação. É disto que pouca gente se apercebe, na vida de um pai afastado."

Li estas frases e fiquei a pensar. No pai da minha filha, noutros pais que conheço e que vivem afastados dos filhos. Nos que não encetaram uma nova vida por não terem conseguido imaginar-se longe dos filhos. Em mim, sempre que a minha filha não está ao meu lado.
Nunca achei que os acordos de divórcio fossem justos. Aliás, um divórcio não cria situações justas. Um filho não se divide ao meio, por isso há sempre injustiças. Pode-se tentar ultrapassá-las, mas não há situações ideais nestas matérias. E os pais são quem, em geral, fica a perder. Vivendo longe de quem mais amam, tantas vezes impedidos, sem qualquer razão, de estarem com os filhos sempre que desejarem, obrigados a serem pais apenas ao fim-de-semana, de quinze em quinze dias. Não, não é justo, para nenhuma das partes.
Penso no pai da minha filha. E de novo concluo que Deus dá nozes a quem não tem dentes. Que pena.


 
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